Fonte: Lista de discussão 3setor@yahoogrupos.com.br

Muitos acreditam que as desigualdades entre os gêneros foi superada. Porém, a realidade brasileira indica o contrário: o Censo (2007) constatou que a mulher trabalha mais do que o dobro da jornada do homem, exercendo funções como assalariada ou em atividades informais, sem deixar de cuidar dos afazeres do lar e da família; na maioria dos casos, sem a divisão do serviço doméstico.

Esse tema é abordado no curta-metragem “Mulheres e o Mundo do Trabalho”, que será lançado no dia 22 de agosto, às 18h, na sede do Sindipetro-RJ. Realizado pelo Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (Pacs), a produção destaca as relações sociais de trabalho à questão de gênero, evidenciando dificuldades enfrentadas pelas mulheres frente o atual modelo econômico.

A economista Sandra Quintela, uma das entrevistadas no documentário, explicou que o capitalismo se aproveita da precarização do trabalho feminino “Para funcionar, o sistema capitalista precisa do trabalho reprodutivo, que é aquele trabalho invisibilizado, como os serviços do lar. Acompanhando a evolução dos dados sobre a questão, notamos que, infelizmente, essa desigualdade ainda é muito grande. Houve mudanças, é claro, mas se continuarmos nesse ritmo somente em 2081 chegaremos a uma igualdade salarial”, explemplificou.

O índice de desemprego e da presença feminina no trabalho precário e informal são significativamente maiores que os dos homens. 60% dos trabalhadores pobres do mundo são mulheres e 81,8 milhões de mulheres estão desempregadas. Para Márcia Shoo, diretora do curta, ferramentas como essa ajudam na conscientização das mulheres. “O filme traz entrevistas com mulheres trabalhadoras que já descobriram que a economia não é um bicho de sete cabeças. Elas contam experiências concretas, contam como mudaram a partir do momento em que desmistificaram o que é a economia na vida de cada uma delas. O filme também tem um caráter educativo, com muitas informações e dados estatísticos”, disse.

A maioria da população brasileira é feminina: cinco milhões a mais que os homens. Elas conquistaram muitos direitos durante o século XX e, ainda em batalha diária, reivindicam espaço. “Mulheres e o Mundo do Trabalho” mostra o diálogo entre a Economia Feminista e a Economia Solidária, em que ambas questionam o capitalismocomo caminho e apostam numa sociedade sem opressão e exploração das trabalhadoras e trabalhadores.

*A sede do Sindipetro fica na Avenida Passos , 34, Centro do Rio de Janeiro