Fonte: Informações enviadas por Heloísa Primavera (heloisa.primavera@gmail.com)

Durante a FEICOOP 2008 aconteceu o Mercado de Trocas Solidárias, com o uso da moeda social Mate, inclusive com a “Cesta da Abundância”. A cesta, com produtos da economia solidária, foi sorteada entre os empreendimentos que aceitaram a moeda mate durante a Feira de Santa Maria.

Durante o evento, aconteceu também o Mercado de Trocas Solidárias de Livros. Os livros foram trocados de forma direta na maioria das vezes, mas em muitos casos se aceitou a moeda mate para as trocas. Em outras palavras, foi possível adquirir livros por produtos e adquirir produtos com livros!

O receio da organização de se ficar sem livros ao final da feira não aconteceu. Os livros poderiam ser trocados por produtos ou vice-versa, todos os produtos serem trocado por livros.

Na experiência da FURG se usa a proporção 25 páginas para 1 moeda social. Durante a FEICOOP, para equiparar os valores dos livros com os valores do produtos, foi utilizada a equivalência de 25 páginas por 1 moeda social. Desta forma, o valor dos livros não ultrapassou 20 moedas. Assim, a valoração por página não ficou descrepante com a valoração em Mate.

Um dos pontos a serem melhorados trata-se da resposta a pergunta frenquente sobre que valor estipular para cada Mate. Durante a Feira, foi orientado que “1 MATE vale 1 REAL”. Na verdade, esta comparação é só uma explicação superficial, apena para explicar que 1 mate não vale 350 reais por exemplo, como na Argentina que um pastel vale 200 créditos (por ex.). Na verdade, a resposta para a pergunta de quanto vale o Mate deveria ser respondida com a problematização do preço justo: quanto foi gasto para fabricação/elaboração aquele produto? quanto a pessoa acha que seria um valor justo e solidário para aquele produto? e assim por diante…

Em valores numéricos, circulou aproximadamente 5.000 Mates durante a Feira de Santa Maria.

A Tenda

A Tenda Livre de Trocas de Saberes funcionou bem durante a Feira, superando expectativas. Não se utilizou moeda social. Para facilitar as atividades foram expostos um pano cru com a frase OFEREÇO AQUI e outra PROCURO AQUI. Assim, com o tempo, as pessoas colocavam as oficinas que elas dariam e também aquelas oficinas que gostariam de participar. Na verdade, a metodologia partiu da dinâmica de reinvenção do Mercado: o que posso oferecer e o que necessito.

A primira oficina foi de origami e tsuru. Essa primeira oficina chamou muito a atenção dos/as que passavam pela feira, que paravam para olhar o que estava acontecendo…

Outra questão, a Tenda supriu uma necessidade grande na feira: as pessoas poderem mostrar o que sabem, ensinar e aprender de forma bem livre. Em alguns momentos não havia ninguém responsável pelas trocas na banca da tenda e, mesmo assim, tudo funcionava perfeitamente: momento rico da autogestão!

Além disso, as 17 pessoas que foram do estado do RS e da FURG para as trocas em Santa Maria contribuíram muito. Parecia um sonho ver o que estava acontecendo: tudo de modo harmonioso e tranquilo. Todos/as preocupados/as com os resultados e muitos comprometidos com o sucesso de tudo!

Texto* de Tiago Larrosa Freitas (tiagolarrosa@yahoo.com.br).

* Partes do texto foram modificadas, pela Secretaria Executiva do FBES, para a publicação no site do FBES