Fonte: Boletim Internacional de Desenvolvimento Local Sustentável nº 34

Grupo de Pesquisa para uma estratégia económica alternativa (GRESEA). Criado em 1978 a partir de responsáveis de organizações não governamentais de desenvolvimento, de sindicalistas e de universitários. Centrado na economia internacional, a sua investigação dirige-se principalmente sobre as fileiras de produção, sobre as novas tecnologias de informação, sobre a dívida do Terceiro Mundo ou sobre a emergência de mercados comuns regionais.

Espaço de reflexão, de análise e de propostas, o GRESEA é também um centro de formação e de informação sobre os mecanismos e os actores da economia internacional, sobretudo da sua dimensão Norte – Sul.

O GRESEA criou o BELWATCH: um observatório de práticas das multinacionais que actuam na Bélgica. BELWATCH é um método de trabalho que visa fiscalizar as empresas multinacionais para denunciar as más práticas de algumas: comportamentos contra os trabalhadores, prejuízos causados ao ambiente ou infracções dos deveres fiscais, por exemplo.

Um dos eixos de trabalho é a reflexão e a tomada de consciência dos objectivos do dossier “Cotonou”. A livre troca é uma das noções chave do discurso econômico dominante atual. Por “livre-troca” deve-se entender livre circulação de mercadorias, de serviços e de capitais. As pessoas, isso é outra conversa, a cargo das polícias de estrangeiros! Este conceito ocupa um lugar central na política dita de cooperação da União Européia (UE) junto das suas antigas colônias, os 79 países ACP (África, Caraíbas e Pacífico).

O envelope comercial do acordo designado por Cotonou (capital do Benin onde foi assinado em Junho de 2000) prevê sob a capa de “desenvolvimento sustentável” e de “inserção harmoniosa na economia mundial”, a criação progressiva de zonas de livre troca entre a UE e seis agrupamentos de ACP definidos na base de iniciativas existentes em matéria de integração regional. Estes acordos futuros, compatíveis com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), acabarão com mais de 25 anos de um regime de trocas preferenciais e não recíprocas a favor dos países ACP. As negociações destes novos acordos comerciais, conhecidos como “Acordos de Parceria Económica” ou APE, estão em curso após 2002. Logo que sejam encerrados, a reciprocidade será introduzida progressivamente nas relações comerciais UE-ACP. A menos de uma ano e meio de 2008, e tendo em conta as revisões em curso, um número especial “Gresea Échos” será consagrado a isso. Um Ciclo da Universidade das Alternativas sobre o tema: “Europa – África: um novo imperialismo económico em construção?” será organizado em Novembro com base no conteúdo do GRESEA Echos. O programa está disponível no site.

Para saber mais : www.gresea.be