Fonte: Grito dos Excluídos do Distrito Federal (grito_excluidos_df@grupos.com.br)

Enquanto boa parte dos países do mundo se voltou para o desenvolvimento de suas economias e riquezas, a socialista república de Cuba mirou-se no desenvolvimento do conhecimento. Resultado desse investimento veio por meio dos números e estatísticas. Em pesquisa recente realizada pela famosa empresa de sondagens norte-americana Gallup, sobre a educação no mundo, Cuba lidera nos quesitos respeito, oportunidades e acesso ao ensino. O resultado foi ressaltado pelo líder cubano Fidel Castro – afastado do poder por motivo de saúde desde 2006 – em artigo intitulado “As idéias imortais de Marti”, publicado no Granma, órgão oficial do Partido Comunista Cubano, para expor suas idéias.

Em um país onde a educação e controlada pelo Estado e onde a Constituição determina que o ensino fundamental, médio e superior devem ser gratuitos a todos os cidadãos, não era de se esperar um resultado diferente na sondagem: Cuba se destaca e ficou em primeiro lugar entre todos os países do mundo. Noventa e três por cento dos entrevistados afirmaram que “as crianças do país são tratadas com dignidade e respeito”. Outros 96% disseram que “as crianças do país têm a oportunidade de render e crescer a cada dia” e 98% dos entrevistados responderam “sim” à pergunta: “É a educação do país acessível para qualquer pessoa que queira estudar independentemente da sua situação econômica?”.

No ano de 2007 o produto interno bruto (PIB) cubano era estimado em US$ 51.11 bilhões e a renda per capita no país é de US$ 4.500. O maior gasto, proporcional ao PIB, do mundo com educação pertence a Cuba (8,96% do PIB). No Brasil, para se ter uma idéia, o investimento na área não chega a 4% do PIB. “Gastamos muito mais pagando juros, que leva 6% do PIB, que com a educação”, ressalta o deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB-PR).

Atualmente não há analfabetos em Cuba. Segundo o The Cia World Factbook 2007, publicado pela CIA, 99.8% da população cubana, acima de 15 anos, sabe ler e escrever. O mesmo percentual poderia, seguramente, ser seguido pelo Brasil. “A educação só tem valor quando é o meio, não o fim”, afirma Kaefer. Segundo ele, no Brasil, por exemplo, onde se vive uma das maiores democracias do mundo, a liberdade aliada à educação consegue bons índices quando se há investimentos. “Em Cuba, há investimentos reais, aqui não. Nosso país não prioriza a educação, por isso ficamos defasados. Temos mais liberdade, mas piores números”, acrescenta o deputado. No artigo de Fidel, o líder cubano ressalta a importância do educador José Mártir na área para o país. Mártir, que deixou um legado de 27 obras escritas, deixou claro que o amor e a Pátria definiam todo o sentido do ser humano. Certamente, um dos grandes segredos do sucesso da educação cubana: a instrução como meio de propagar o sistema, as lutas e o amor à Cuba, o primeiro país socialista da América Latina. Como o próprio nome do texto escrito por Fidel, Mártir e seu modelo de educação – completamente certeiro para os resultados positivos em Cuba – têm seu valor e não devem ser desprezados.

Fonte: Texto de Lívio di Araújo