Fonte: Elenir Maruai* (elenindiarr@yahoo.com.br)

O Conselho Indígena de Roraima (CIR), vai reunir na 37ª Assembléia Geral dos Tuxauas deste ano, mais de 1.100 indígenas e representantes de 30 instituições governamentais e não-governamentais. O evento acontecerá na comunidade do Barro, terra indígena Raposa Serra do Sol, nos dias 6 a 10 de março de 2008 e terá como tema: “Organizados, Unidos e Fortalecidos”.

Em 2008, a Assembléia dos Tuxauas vai focalizar o debate na retirada dos invasores da Raposa Serra do Sol, no enfrentamento aos projetos de mineração em terras indígenas, de construção da hidrelétrica do rio Cotingo e de municipalização da saúde nas aldeias. Outro tema de destaque é o fortalecimento institucional da organização.

Outra preocupação do CIR, de acordo com o coordenador, Dionito Macuxi, é a construção de canais de diálogo com a sociedade roraimense. “Temos um bom relacionamento com vários segmentos sociais de Roraima, mas a união de fato é prejudicada por interesses de alguns políticos”, reclama.

Dionito anuncia que a Assembléia vai receber tuxauas de comunidades que se posicionaram contrárias ao CIR no passado, mas hoje fazem parte da organização por optarem pelo caminho da união entre os povos na conquista dos direitos. “Vamos receber na assembléia, lideranças que representam mais de 400 indígenas que aderiram ao CIR no ano passado”, afirma.

A pauta da Assembléia também inclui reflexões sobre direitos territoriais, meio ambiente e desenvolvimento sustentável, sustentabilidade nas aldeias, educação e saúde indígena, estratégias de proteção e vigilância e relatório das atividades financeiras.

Já confimaram presença na Assembléia dos Tuxauas de 2008, a Fundação Nacional do Índio, Fundação Estadual do Meio Ambiente, Ministério Público Estadual, Conselho Indigenista Missionário, Funasa, Inpa, Ibama, UFRR, Programa Luz para Todos, organizações indígenas da Amazônia brasileira e da Venezuela, movimentos populares e especialistas em fortalecimento institucional.

A 37ª Assembléia dos Tuxauas acontece na aldeia do Barro, a cerca de dez quilômetros das maiores lavouras de arroz irrigado da terra indígena Raposa Serra do Sol. O CIR está preocupado com a realização do evento devido ao anúncio de resistência por parte dos arrozeiros a qualquer tentativa de desintrusão.

“A Polícia Federal pediu para que não realizássemos a nossa Assembléia por questão de segurança, mas a terra está demarcada e homologada não vamos nos ‘dobrar’ diante daqueles [rizicultores] que não respeitam os índios”, afirma Dionito.

Fonte: Conselho Indígena de Roraima

* Elenir Maruai integra a Coordenação Executiva do FBES (representante dos empreendimentos solidários da região norte)