Fonte: www.fomezero.gov.b

Atualmente, mais de 30 países fazem coleta seletiva. E a participação é geral: desde governos e organizações não-governamentais a trabalhadores manuais fazem parte dessa iniciativa.

Com a crescente urbanização mundial, organizações viram a necessidade de trocar experiências e enriquecer o diálogo entre instituições públicas e sociedade civil. Então, acontece este ano, de 1º a 4 de março, em Bogotá, Colômbia, o primeiro Congresso Mundial de Recicladores de Resíduos Sólidos.

Aqui no Brasil, desde que foi institucionalizada, em 2006, a coleta seletiva se tornou obrigatória em 217 órgãos públicos federais por meio do Decreto Federal nº 5.940/06.

Para o representante da área ligado ao Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), Fábio Cidrin, esse encontro é uma ótima oportunidade para trocar experiências com outros países. “É preciso potencializar as parcerias entre governos e sociedade civil a fim de implantar políticas públicas para o setor. E a troca de experiências com outras realidades contribui bastante para isso”, diz.

Entre os objetivos do Congresso, destacam-se as discussões; troca de experiências; participação (governo, sociedade civil, empresas, instituições, etc.); políticas públicas; responsabilidade social e parcerias estratégicas.

Contribuição brasileira Desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto que institui a coleta seletiva de matérias recicláveis em órgãos federais, vários catadores se sentem mais reconhecidos com o trabalho que exercem.

É assim que o catador Maurício dos Santos, de 33 anos, se sente depois da assinatura do decreto. Há sete anos trabalhando com a coleta seletiva, Maurício diz que o recolhimento de resíduos, agora, é feito com mais cuidado.

“Antes nós não conseguíamos um material bom para vender. As vezes o lixo vinha ‘sujo’, sem condições de passar adiante. Agora, o lixo recolhido está separado e próprio para ser comercializado”, afirma. Com a remuneração mensal média de R$ 400, Maurício é o único da família de quatro pessoas que contribui financeiramente em casa. “Com o trabalho a gente consegue equipamento para fazer a coleta. Isso dá mais estabilidade pra gente”, acrescenta.

Além do decreto, o presidente Lula também instituiu um grupo de trabalho voltado para elaborar políticas públicas para a inclusão social de moradores de rua. Dados do Ministério das Cidades revelam que há no País cerca de um milhão de catadores.

O Brasil está entre os dez países com maior taxa de reciclagem de papel do mundo, com quase 3,5 milhões de toneladas recuperadas a cada ano. O País também processa 360 mil toneladas de plástico anualmente e é líder mundial na reciclagem de latas de alumínio. A cada ano, chegam a ser processadas 120 mil toneladas, o equivalente a nove bilhões de latas.

Participam do Congresso representantes dos cinco continentes, entre eles, destacam-se Egito, Índia, Canadá e Estados Unidos. Os organizadores do evento esperam que representantes de países latino-americanos (Brasil, México, Venezuela, Uruguai, Bolívia, Chile, Argentina, Peru, Equador e Paraguai) também colaborem no Congresso com troca de experiências.

Outras informações e inscrições para o Congresso estão disponíveis no site www.recicladores.net.

Bárbara Lobato – (61) 3433 1056 Equipe Fome Zero