Fonte: www.asbeiras.pt
A convergência entre o mundo económico e social pode combater as desigualdades. A troca de conhecimento e de experiências práticas, neste campo, esteve em destaque no Centro de Estudos Sociais, em Coimbra.
A comemorar 30 anos de existência, o Centro de Estudos Sociais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC) realizou, ontem, o seu primeiro “grande” evento. “Os Desafios da Economia Solidária, reflexão sobre as experiências Portuguesa e Brasileira” foi o tema do seminário, que reuniu especialistas nacionais e estrangeiros.
O conceito de Economia Solidária é recente e tem uma designação ampla. Apesar de centrar a sua definição num atributo das relações sociais, a solidariedade tem entendimentos diferenciados em função dos contextos nacionais em que está inserido. Jean Laville, investigador francês, procurou assim demonstrar as diferentes aplicações do conceito um pouco por toda a Europa.
No entender do presidente do conselho directivo da FEUC, a preocupação diária com a produtividade e competetividade tem de ser repensada. “No momento presente, colocar o ser humano no centro das preocupações da economia evita a exclusão social”, exemplificou José da Fonseca.
Lucro não é objectivo máximo
Sob o modelo da colaboração solidária não há acumulação de lucro privado. O reinvestimento é feito para a promoção do “bem viver de todos e de cada um em particular”, frisou um dos oradores, Rui Namorado. As novas práticas de produção, comercialização e financiamento solidárias já existentes um pouco por todo o mundo começam agora a ser aplicadas em Portugal. As relações de propriedade e trabalho expandem-se a partir do que já existe. Dizem os especialistas que se articula o potencial de consumo e de produção da grande massa de pessoas “marginalizadas” pelo capitalismo, e de todos os “que se solidarizam com a construção de uma nova sociedade”. Em cima da mesa esteve, ainda, o papel das instituições de solidariedade social e das associações sem fins lucrativos.