Fonte: forumecosolbahia@yahoogrupos.com.br

Nós, representantes de comunidades e empreendimentos solidários, de entidades de apoio e gestores públicos de toda a Bahia, participantes da Plenária Estadual de Economia Solidária, ocorrida em Feira de Santana – BA, nos dias 27 e 28 de novembro de 2007, queremos tornar público e nos solidarizar com o ato de fé e coragem do Frei Luiz, Bispo da Diocese de Barra – BA.

Na manhã de ontem, o Frei recomeçou sua greve de fome contra a transposição do Rio São Francisco, projeto do Governo Lula, que não atenderá a população pobre do semi-árido. Se concluída essa obra, as águas do Velho Chico abastecerão principalmente grandes projetos de irrigação, de criação de camarão e para indústrias de Campina Grande – PB.

Infelizmente se passados 13 dias de sua greve de fome, seu estado de saúde se agravará, correndo risco de morte. A intransigência e cegueira do Governo Federal, através de suas assessorias, já deram sinais que desta vez não haverá diálogo, que as obras de transposição continuarão.

Nós, do Movimento Estadual da Economia Solidária, acreditamos e defendemos alternativas mais viáveis social, econômica, técnica, cultural e ecologicamente. Já há quase uma centena de tecnologias sociais que o povo e suas organizações já praticam em resistência e como estratégia de convivência com o semi-árido.

Dito isto, reafirmamos que a solidariedade que acreditamos é encarnada, não é assistência nem tampouco caridade descomprometida. Solidarizar-se é estar junto, é cuidar e se irmanar. Assim, somos solidários não só a luta e a greve de fome do Frei Luiz, mas também aos povos ribeirinhos e tradicionais que vivem no São Francisco.

Concluímos essa moção reivindicando do Governo Federal a paralisação das obras de transposição e retomada do diálogo, com o Frei e com as organizações e movimentos populares do semi-árido, de outras saídas para convivência com o semi-árido.

Feira de Santana – BA, 28 de novembro de 2007.

Delegadas/os da Plenária Estadual de Economia Solidária – Bahia.