Fonte: www.adital.com.br

Sob o tema Economia Solidária: Desafios e Limites na Sociedade Capitalista, a Pastoral Operária realizou, entre os dias 24 e 25 de novembro, o 1o Seminário de Economia Solidária da Pastoral Operária do Nordeste, no Instituto Municipal de Pesquisas, Administração e Recursos Humanos (IMPARH), em Fortaleza (Ceará). O evento debateu a economia solidária dentro da sociedade atual.

Após a abertura do Seminário – que começa às 8h, com uma acolhida mística – haverá uma conferência sobre o tema principal, discutido pelo filósofo Cícero Cavalcante, seguido pela exposição de seis empreendimentos solidários de êxito no Nordeste. Dentre eles, estão as Quebradeiras de Coco Babaçu, de Pedreira (Maranhão), e os Trapeiros de Emaús (Teresina). O primeiro dia será finalizado com a Feira do Conhecimento e Troca de Saberes, na qual se mostrarão produtos de diversos empreendimentos do Nordeste, animada por atrações culturais, como rodas de capoeira e forró pé-de-serra.

O último dia do evento contará com a mesa de debate Desafios e perspectivas da construção do marco legal da Economia Solidária no Brasil, tratada pelo deputado federal e representante da Frente Parlamentar de Economia Solidária no Congresso Nacional, Eudes Xavier.

Ainda serão expostos outros dois temas relacionados: Economia Solidária e o Feminismo na Construção de uma Nova Economia, na qual se terá como painelista, Cleudes Pessoa, ativista da Marcha Mundial de Mulheres; seguida por Economia Solidária e Políticas Públicas, debatida por Marcos Arcanjo, representante da cédula de economia solidária da Secretária de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura Municipal de Fortaleza.

O evento faz parte de uma série de seminários que acontecem em todas as regiões do Brasil e que será sistematizado no grande encontro nacional da Pastoral Operária, em 2008, na cidade de São Paulo.

Segundo Manoel Rodrigues de Sousa Junior, da coordenação da Pastoral Operária da Arquidiocese de Fortaleza, a economia solidária vai além dos benefícios trabalhistas. Ela tem que ser trabalhada para uma nova cultura de trabalho, voltando-se para a sociedade como um todo. “Não pode se prender apenas ao trabalhador da periferia, pois vai acabar se tornando uma ilha no sistema capitalista”, disse. Afirmou ainda que é necessário se pensar na questão da luta social e nas conquistas atingidas, para que elas cresçam e continuem.

Prova disto são as experiências dentro da economia solidária que a Pastoral Operária desenvolve no Brasil. Junior assegura, em relação a estas, que a questão da nova cultura trabalhista já começa a ser posta em prática, colaborando no resgate à cidadania. De acordo com ele, há muito tempo a Pastoral vem fazendo simpósios sobre o assunto, para que se possa “construir uma nova cultura do trabalho, que não tenha como princípio fundamental a corrida ambiciosa pelo lucro – onde o homem possa se valorizar mais enquanto ser humano”.