Fonte: Vivian Fernandes (vivifernandes_ufv@yahoo.com.br)

O Movimento Estudantil de Minas Gerais desenvolve há 5 anos o Estágio Interdisciplinar de Vivência em áreas de Reforma Agrária. O projeto avançou e passou-se a iniciar a vivência em áreas de atingidos/as por barragens, em nível estadual.

Trata-se de uma atividade permanente de aliança entre Movimentos Sociais, e que no estado de Minas Gerais, tem gerado bastante frutos, notadamente no âmbito da articulação entre escolas e entidades estaduais.

A proposta do projeto é que através do Estágio é que a consciência crítica dos/as estudantes seja dispertado, a partir da vivência da realidade dos Movimentos Camponeses, e da reflexão e teorização da realidade social, cultural e econômica do nosso país.

O EIV se pauta por um método que possibilite atingir os objetivos de formação e organização estudantil. E que nada tem de “extensão universitária”, pois o estágio, carinhosamente chamado de EIV, é totalmente autônomo e avesso às grades curriculares, metodologias, olhares etnocêntricos ou mesmo qualquer vinculação à academia e sua forma de tratar a relação universidade-sociedade.

Em um olhar mais próximo mais de perto também de inovação não há nada, talvez, apenas houve a originalidade e justeza de adaptar dialeticamente a realidade que nos encontramos a algumas propostas já usadas em outras épocas da luta de classes.

A metodologia de vivenciar o seio das classes camponesas em luta, participando de todo seu cotidiano de forma a quebrar preconceitos e paradigmas cristalizados e valendo-se do trabalho e da vida rural como elemento pedagógico e educativo já fora usado antes.

Pode-se dizer que a presença de uma forte inserção do EIV neste meio (universitário mineiro) deve-se, em boa parte, a esta experiência inovadora de casar as pautas do ME as dos Movimentos Sociais Populares, pautando-as internamente e sendo pautadas dentro destes Movimentos. Também na definição de pautas e agendas comuns, e realizando ações conjuntas.

Nesta 5ª edição do EIV MG a proposta é, novamente, desafiar a construir um Estágio que possibilite o encontro e a formação de lutadores/as estudantis, que através do diálogo e do aprendizado com o povo, com ele se comprometam e com ele lutem, como ensina Paulo Freire, seja dentro da Universidade e também fora de seus muros.