Fonte: www.adital.com.br

Localizada na região semi-árida do estado da Bahia, nordeste do Brasil, a “região sisaleira” é caracterizada pela predominância de uma economia agrícola, na qual a produção do sisal (“Agave sisalana”) é a base de sobrevivência de grande parte da sua população. O cultivo realizado em pequenas propriedades e de modo artesanal, além de levar grandes riscos para a saúde dos produtores, restringe as possibilidades de geração de trabalho e renda na totalidade dos seus municípios.

Para inverter essa situação, em 1999, jovens engajados nos movimentos sindicais e populares da região do sisal organizaram um conjunto de debates e seminários para discutir e formular propostas voltadas ao segmento juvenil. As discussões resultaram na proposta de implantação da Cooperativa de Produção dos Jovens da Região do Sisal (Cooperjovens).

Com o objetivo de gerar trabalho e renda para os jovens, na perspectiva de fortalecer a participação juvenil na agricultura familiar voltada para o desenvolvimento sustentável e solidário, em setembro de 2000, foi fundada a Cooperjovens, com sede no município de Retirolândia.

Inicialmente composta por 49 jovens, a cooperativa nasceu com a proposta de otimizar as potencialidades locais e valorizar a cultura da região, bem como preservar o meio ambiente através da geração de trabalho e renda de forma solidária. Pela disponibilidade de matéria-prima na região, foram consolidados dois núcleos de produção de reciclagem e artefatos de papel de fibras.

Nessa mesma linha, a cooperativa vem estruturando um pólo agroindustrial para a produção de componentes de edificações em argamassa reforçada com fibras de sisal, como uma alternativa aos materiais produzidos com o amianto. O pólo é resultante do projeto de pesquisa “Desenvolvimento de Componentes de Edificações em Fibra de Sisal – Argamassa a serem produzidos de forma Autogestionária (PROSISAL)”, cujo andamento se encontra em fase de testes para ser completamente implementado.

Contando com o apoio de diversos parceiros, os jovens da cooperativa também recebem ações nas áreas de formação política, técnica e pedagógica, nas quais os produtores participam de cursos de formação que os ajudam a conhecer melhor assuntos como cooperativismo, gestão de empreendimentos solidários, políticas públicas, preservação do meio ambiente e reciclagem de papel e artefatos.

As ações tiveram também como resultado a inserção de cerca de 21 jovens da cooperativa no mercado formal e no “campus” da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), além do acesso às cooperativas de crédito rurais. Hoje, a cooperativa é uma referência entre empreendimentos solidários na Bahia, conseguindo escoar seus produtos para diversas cidades baianas.