Fonte: www.radioagencianp.com.br

O número de trabalhadores sindicalizados no Brasil cresce desde 2000, principalmente no setor de serviços, ou setor terciário urbano. É o que aponta a pesquisa encomendada pelo Sindicato dos Empregados em Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros (Sindeepres), sobre a trajetória da sindicalização no Brasil divulgada no início do mês.

A pesquisa demonstra como esse crescimento reflete a mudança de perfil da classe trabalhadora. A década de 90 representou o surgimento da crise do sindicalismo no Brasil. Em 1995, apenas 0,8% dos trabalhadores terceirizados paulistas eram filiados a sindicatos. Dez anos depois, esse índice pulou para 27%.

Mauro Luis Iasi, professor de Sociologia da Universidade Metodista de São Paulo, explica como se deu o aumento na taxa de sindicalização nos setores terciários.

“Através das práticas como a terceirização, através das práticas de fragmentação de categorias, foi descentralizada a classe trabalhadora em várias outras subcategorias. E com isso evidentemente tem a criação de novos sindicatos, e na verdade você tem um crescente número de novos trabalhadores nesses setores, o que explica o aumento da categoria e conseqüentemente da sindicalização.”

A terceirização acabou atacando alguns direitos adquiridos dos trabalhadores como perda de estabilidade e redução salarial, o que acabou dificultando a organização sindical.

Mauro Iasi observa que hoje se vive um processo de retomada social contra a precarização das relações de trabalho.A nova luta é para que os sindicatos continuem combativos e autônomos, ao invés de meros instrumentos de manobra política como é caso das centrais sindicais.