Fonte: www.onhas.com.br

Em 2007, ano em que o movimento cultural do Vale do Jequitinhonha completa 30 anos e o Festivale realiza sua 25ª edição, nada melhor que realizar uma bela e significativa comemoração. Como evento que reúne a cada ano artistas de todos os matizes, artesãos, cantores, escritores, músicos, grupos de dança, corais e tantos outros, este Festivale, que se realizará em Joaima, no baixo Jequitinhonha, é profundamente significativo.

Em primeiro lugar por se realizar no histórico local da Aldeia do Cacíque Jô Imá e também onde foi instalado um dos Quartéis Militares para o combate aos indígenas que se autodenominavam Borun ou os Verdadeiros Homens. Ainda hoje sofremos as conseqüências desta guerra genocida (1808) declarada por D. João VI. Joaima, assim como milhares de outros combatentes, deixou sua marca na História. Seu gesto de indignação, o levou a romper com seus irmãos de sangue e com os que se diziam aliados e protetores. Sua inteligência e sua índole guerreira foram perpetuados no nome da cidade que recebeu o seu nome.

Que no Festivale 2007 se destaque a nossa Herança Cultural Indígena, e de modo especial convidando os Povos que hoje vivem nestas regiões, mostrando suas lutas, sua resistência, suas vitórias, ajudando-nos a conhecer melhor a nossa história e fazendo germinar gestos de solidariedade para com eles.

O FESTIVALE JÁ COMEÇOU

Dando inicio a este debate foi realizada, em novembro, data da assinatura do convênio da Fecage com a Prefeitura de Joaima, já em preparação para o Festivale 2007, foi realizada uma palestra sobre a História Indígena do Vale com a participação do representante do Conselho dos Povos Indigenas de Minas Gerais, Ivan Pankararu com seu filho Watory, inúmeros representantes do Movimento Cultural do Vale, escritores, professores e uma representante do Cedefes, Geralda Soares. Que esta participação aumente e que os historiadores da região de Joaima e de outras cidades estejam sempre presentes para alegria e enriquecimento de todos!

Fonte: Tambor dos Povos – Edião N° 02 – maio/junho – 2007