Fonte: www.adital.com.br

Mais de mil organizações se preparam esta semana para manifestar seu repúdio ao Grupo dos Oito (G8), que realizará sua reunião anual em Heiligendamm, na Alemanha. Mesmo sem ser um governo formal, é, na prática, uma instituição chave onde se exerce poder em nível mundial sob a hegemonia norte-americana.

Uma das características das mobilizações populares contemporâneas contrárias ao neoliberalismo é, sem dúvidas, a criatividade, expressada de múltiplas formas. Remontam assim à clássica inflamação dos protestos e convidam a ganhar as ruas com alegria crítica e genialidade.

Com esse espírito, o Instituto de Teologia e Política (ITP), de Münster, organiza uma grande “marcha fúnebre” com capas negras em sinal de luto, além de um encontro que refletirá sobre os pecados mortais do G8: a soberba e a petulância, já que apesar de desenhar políticas para toda a humanidade, são apenas 13% da população mundial; a cobiça e a avareza, porque representam sociedades que não se satisfazem com nada; ira, vingança e guerra, submetendo povos inteiros a conflitos bélicos com o objetivo de resolver seus próprios problemas econômicos; a gula e os excessos, expressados em enormes gastos de energia e de matérias-primas; a preguiça e o cinismo, pois nunca mostraram uma vontade política efetiva pela solução da fome e da miséria.

Mesmo que o ITP indique estar longe de querer julgar sobre a salvação de certas pessoas, afirma que o sistema econômico dominante mostrou sua incapacidade radical de se transformar, e a partir daí a necessidade de construir novas estruturas.