Fonte: www.adital.com.br

Os movimentos sociais brasileiros se unirão amanhã (23), em uma Jornada de Lutas contra: a reforma da previdência, toda reforma que retire direitos, à Emenda 3, a criminalização dos movimentos sociais, a política econômica e o pagamento das dívidas interna/externa; e por emprego, salário digno, reforma agrária, moradia, em defesa do direito de greve e pela democratização da comunicação.

Os integrantes dos movimentos populares convocam a toda a sociedade para participar das manifestações que serão realizadas em todos os centros das grandes cidades, paralisações nos locais de trabalho, trancamento de rodovias e manifestações em escolas e universidades.

Em nota dos movimentos sociais, o povo é chamado a lutar “contra essa política econômica e o superávit primário, pelo não pagamento das dívidas externa/interna e por uma auditoria dessas dívidas, bem como contra qualquer tipo de reforma que traga prejuízos à classe trabalhadora e à soberania do país”.

A paralisação do dia 23 de maio reunirá tanto reivindicações mais amplas, como a luta por educação e saúde pública de qualidade, quanto pontos mais específicos como a anulação do leilão da privatização da Vale do Rio Doce; contra todas as formas de discriminação e opressão racial, homofóbica e sexista.

Após a eleição de Lula (Luís Inácio da Silva) para Presidente da República, os movimentos sociais brasileiros tomaram caminhos diferentes. A Jornada de amanhã surgiu da necessidade de reagrupar os seguimentos da esquerda em torno de uma pauta comum: a política econômica do governo federal. A continuidade da política neoliberal enriquece banqueiros e empresários, possibilita investimentos sociais assistencialistas e não estruturais, além de mantém a concentração de renda

Para os movimentos sociais, a política neoliberal, que desde 1990, privatiza setores estratégicos da economia, a reduz capacidade do Estado de prestar serviços sociais, prioriza o setor financeiro em detrimento do produtivo e oferece seguidos benefícios ao capital especulativo está sendo agravada nos últimos meses. Medidas como o Super-Simples, a Super-Receita e a Emenda 3 prejudicam o trabalhador e reduz o valor da força de trabalho para beneficiar o lucro das grandes empresas.

A Jornada de Lutas pretende com que os trabalhadores parem a produção dentro das fábricas, pretende também que, por um dia, a circulação de mercadorias não seja realizada e vai além ao levar às ruas, através de distribuição de panfletos, a discussão para a sociedade.

Na Nota de Convocatória, os movimentos sociais criticam a opção do governo brasileiro por um modelo de agricultura baseado na monocultura e voltado para a exportação. “O agronegócio, que destrói a natureza e compromete a capacidade de produção de alimentos para o povo”. Os trabalhadores do campo buscam uma política agrária que entenda os recursos naturais como um bem de toda a sociedade, não uma mercadoria que serve somente para o enriquecimento dos latifundiários.

A Jornada de Lutas em Belo Horizonte terá início às 14h com ato público na Praça Sete. Após os atos públicos, os manifestantes sairão em passeata, com manifestações em frente à Prefeitura, Ministério da Fazenda e Palácio da Liberdade. Em São Paulo, o ato público terá início às 10h em frente à sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Em Porto Velho, as mobilizações serão pela manhã na Praça Marechal Rondon, em frente ao prédio central dos Correios.

No Rio de Janeiro, às 13h, haverá uma grande passeata saindo dos fundos da Igreja da Candelária. No centro da cidade de João Pessoa, em frente à estação ferroviária, a concentração dos manifestantes será a partir das 9h. Em Porto Alegre, haverá uma passeata na região central, com concentração às 7 horas em frente à Rodoviária.

Em Florianópolis, a concentração será a partir das 15h30, na praça Fernando Machado. Depois os manifestantes saíram em passeata até a praça XV. Os curitibanos se reunirão a partir das 8h da manhã, com concentração na praça Santos Andrade. Às 9h30, terá início a passeata em direção à sede da DRT (Delegacia Regional do Trabalho)