Fonte: Sandra Magalhães (sandramaga@globo.com)

Foi realizado no período de 18 a 21 de Abril de 2007 o II Encontro da Rede Brasileira de Bancos Comunitários, com a presença de 09 estados e 19 municípios do Brasil. Tivemos uma participação média de 65 pessoas por dia, oriundos de 13 Bancos Comunitários em funcionamento e 10 em processo de implantação. Além dos Bancos Comunitários se fizeram presentes ainda representantes do Fórum Brasileiro de Economia Solidária, de experiências de Trocas Solidárias com Moedas Sociais, Universidade Federal da Bahia, Universidade Federal do Ceará, Secretaria Nacional de Economia solidária – SENAES e representantes de Secretarias dos Governos dos Estados da Bahia e do Pará.

Momento alto do encontro se deu com a presença do Governador do Estado Ceará, Cid Ferreira Gomes, que na oportunidade se comprometeu com a expansão dos Bancos Comunitários para vários municípios do Estado.

O relatório final do II Encontro será publicado no mês de agosto, contudo alguns pontos já podem socializar:

  1. O conceito de Bancos Comunitários foi redefinido nos seguintes termos: “Bancos comunitários São serviços financeiros solidários em rede, de natureza associativa e comunitária, voltados para a geração de trabalho e renda na perspectiva de reorganização das economias locais, tendo por base os princípios da Economia Solidária.”
  2. Foi apresentado pelo Economista Idalvo Toscano e debate em plenário o Projeto de Lei Complementar da Deputada Federal Luiza Erundina que estabelece a criação do sub Sistema Nacional de Crédito e Desenvolvimento Solidário – Idalvo se comprometeu em formatar as contribuições e apresentar a Rede de Bancos sua versão final, antes de encaminhar a proposta para outras instâncias.
  3. Foi aprovado o marco teórico conceitual dos Bancos Comunitários (já disponível a quem interessar);
  4. Foram definidas algumas orientações/propostas gerais para os Bancos Comunitários, destacando-se de forma sucinta:

Cada Banco deverá criar um fórum local para que haja maior participação da comunidade e para que a mesma possa exercer um maior controle social sobre as ações do Banco.;

Reforçar o objetivo de empoderamento das comunidades;

Investir na capacitação local para suprir a falta de pessoal qualificado nos bancos comunitários e pensar cursos em nível nacional de formação de gestores / animadores de bancos comunitários;

Juros diferenciados para diferentes linhas de crédito, com base no princípio da eqüidade do crédito, dependendo da situação do tomador. Um exemplo é a utilização do mecanismo “créditos evolutivos com juros evolutivos”, entre outros;

Criar um núcleo temático de formação (Horizonte: “Escola Nacional de Bancos Comunitários”);

Coletar e sistematizar as experiências de formação existentes de dentro da rede (banco de dados);

Articular-se com outras iniciativas no campo da formação e Economia Solidária (por exemplo, as Oficinas sobre Formação organizadas por FBES e SENAES);

Consolidar e ampliar a Rede Brasileira de Bancos Comunitários (40 Bancos Comunitários consolidados e em pleno funcionamento nas 5 regiões do Brasil até 2008;

Afirmar os Bancos Comunitários como estratégia de desenvolvimento local na perspectiva da Economia Solidária;

Afirmar a sustentabilidade plural dos bancos comunitários, em suas dimensões social, econômica, cultural, política, ambiental e de gestão;

A Rede de Bancos Comunitários deve se engajar e apoiar na animação do movimento pelo consumo consciente, buscando inserir a dimensão do consumo local para dentro do movimento.