Fonte: Jornal O Povo

“Estamos no Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT) para dar o salto que vossa excelência propõe, com estímulo à economia solidária”, disse Diniz para Cid durante seu discurso. Ele prometeu ainda, apesar dos vículos históricos com o sindicalismo, preservar a autonomia da organização dos trabalhadores. “Vamos estabelecer um amplo canal de diálogo com os trabalhadores, com os técnicos e com as secretarias de Desenvolvimento Agrário e Trabalho e Desenvolvimento Social”, disse.

O governador Cid Gomes (PSB) anunciou ontem um tipo de patrulhamento policial específico para manifestações de trabalhadores e movimentos sociais. A medida foi tomada após o confronto entre policiais militares e vigilantes, no último dia 5 na praça do Carmo, deixando gravemente ferido o manifestante Claudemir Clemente. Ele foi atingido na testa por uma bala de efeito moral e até ontem estava internado no Instituto José Frota (IJF). Para evitar novos incidentes, o pessoal que fizer a segurança não portará mais arma de fogo. As regras para segurança em manifestações populares ainda estão em estudo pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social.

“Pedi ao secretário de segurança que elabore um procedimento específico para as manifestações trabalhistas. Sem armas de fogo e onde haja um superior no comando. Os movimentos sociais têm de ser respeitados”, disse. “Andei com o coração apertado nos últimos dias por conta deste acidente lamentável. Soube que ele já está melhor e não corre risco de ficar com seqüelas”, declarou ele durante a solenidade de posse, ontem pela manhã, do novo presidente do IDT, Francisco de Assis Diniz.

O governador não poderia ter escolhido um momento melhor para expressar seu “respeito” pelos “movimentos sociais”. A posse de Diniz, ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), lotou de sindicalistas o auditório da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social. Para a militância, o ingresso de um metalúrgico e representante histórico das reivinidcações dos trabalhadores no Governo demonstra um avanço em relação às outras administrações.

“Estamos no IDT para dar o salto que vossa excelência propõe, com estímulo à economia solidária”, disse Diniz para Cid durante seu discurso. Ele prometeu ainda, apesar dos vículos históricos com o sindicalismo, preservar a autonomia da organização dos trabalhadores. “Vamos estabelecer um amplo canal de diálogo com os trabalhadores, com os técnicos e com as secretarias de Desenvolvimento Agrário e Trabalho e Desenvolvimento Social”, disse.

Num dos momentos do discurso, Diniz foi instigado pelo secretário Artur Bruno (PT) a pronunciar a palavra de ordem: “A luta continua!” Ao que Diniz, sorrindo, respondeu: “Não posso mais dizer isso, deixo para meu companheiro Jerônimo Nascimento (seu substituto na presidência da CUT)”, afirmou.

“A chegada de Diassis (como é conhecido) ao IDT mostra que o movimento sindical é uma grande escola, uma universidade, que prepara as pessoas seja para atuar no movimento ou para dar sua contribuição no conjunto da sociedade”, declarou Jerônimo Nascimento, novo presidente da CUT. “A ida do Assis simboliza que os trabalhadores podem assumir o poder e a CUT, na verdade, esta é a grande escola”, analisou ele, ressaltando que a Central realizou uma despedida na última quinta-feira para Diniz.

“Ele expressou que vai colocar o seu DNA de classe em prática. Nós queremos que, de certa forma, isso aconteça. Nós que fazemos o movimento sindical estaremos cobrando isso”, diz Francisco Wil, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, segmento onde Assis iniciou sua militância.