Fuente: World Data Service, acessado em http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=26308

Em uma jornada dedicada a analizar as possibilidades de uma integração econômica latino-americana sobre bases sociais e afastadas de perfís neoliberais, um economista argentino expôs, durante um encontro sobre globalização em Havana, que o MERCOSUL deveria ‘caminhar’ para o ALBA, Alternativa Bolivariana das Américas, programa ao qual já aderiram a Bolivia, Cuba, Nicaragua e Venezuela.O economista Jaime Fuchs assegurou que o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), estruturado atualmente por seus membros fundadores Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai e por Venezuela, que foi aceita recentemente, “precisa de otimismo”, mas também de ‘adiantar-se aos próximos passos’.

Assegurou, também, que ‘o caminho a ser feito não será fácil’, Fuchs defendeu que o MERCOSUL “se encaminhe para o ALBA e o socialismo’.

O ALBA foi proposto pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, e acolhido pouco depois por Cuba. Mais tarde, com a vitória eleitoral de Evo Morales, a Bolivia ingressou, o que aconteceu também com a Nicarágua, com a vitória do sandinista Daniel Ortega.

O órgaõ integracionista é descrito como uma alternativa à ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), proposto e defendido pelos Estados Unidos, mas que está totalmente paralizado, e aos Tratados de Livre Comércio com a participação de Washington.

Em sua defesa pela ALBA, Fuchs, um Doutor em Ciências Econômicas, de 87 anos de idade, se perguntou: ‘Terá chegado a hora dos povos?’.

O experimentado economista, cujas declarações foram tomadas hoje pelo jornal cubano Granma, disse que o MERCOSUL estava em crise no ano de 2000. Atualmente, considerou, ‘com as Cúpulas de Córdoba e Mar del Plata se vira uma página, a de que o MERCOSUL formava parte do sistema de dominio oligárquico da América Latina’.

“Agora se respira não apenas a influência de Cuba, como também da Revolução Bolivariana na Venezuela, as nacionalizações e reforma agrária na Bolivia, as perspectivas no Equador e as lutas no México. Há uma mudança política em marcha e preocupação nos Estados Unidos de como deter o proceso, que aponta não só o econômico, como também o político, social, sindical’, disse Fuchs.

Advirtiu, não obstante, que ‘cada vez se torna maior a liderança e a influência da Venezuela e Bolivia. Porém, jamais a burguesia cedeu um só direito sem a luta do povo. Sem luta não se consegue nada. A direita teme o aprofundamento do processo de integração e se lança à ofensiva. Assim que nossa estratégia é nos unirmos’.

Ao IX Encontro sobre Globalização e Problemas de Desenvolvimento, o qual acontece esta semana no Palácio das Convenções, na periferia de Havana, assistem cerca de 1.500 especialistas procedentes de 50 países e representantes de organismos internacionais, entre eles o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.

Durante a sessão dedicada à integração latino-americana, foi claramente majoritário o critério de que o MERCOSUL e a Comunidade Andina (CAN) ‘são limitados por velhos esquemas”, e o ALBA teve destaque como um programa de amplo futuro na região.