Fonte: Teixeira e Dayse, pela Coordenação do Projeto Coleta Seletiva na Esplanada. Enviado por Juliana Amoretti (jua@terra.com.br)

O Governo de Distrito Federal (GDF) anunciou, inclusive na Mídia, que, dia 30 de janeiro, vai retirar as famílias acampadas, há vários anos, à margem da Via Estrutural, do lado do SIA, perto da antiga Onogás, próximo à linha férrea.

Um ponto de referência do local é a existência de um Galpão, recentemente construído pelo GDF e QUALIX, ainda em fase de acabamento. Este galpão fica bem perto da linha férrea, próximo aquele ponto que passa por baixo da Estrutural para dar acesso do SIA à cidade do automóvel.

O Galpão foi construído para a Cooperativa de catadores – COOPATIVA, como local de trabalho para que eles façam a separação/triagem dos materiais recicláveis coletados na cidade e depois venderem.

As famílias ficam acampadas perto do galpão e são em torno de 250, sendo que nem todos são cooperados da COOPATIVA. Segundo informações do presidente da COOPATIVA, moram lá no cerrado aproximadamente 1.250 crianças, estando a maioria na idade escolar.

A COOPATIVA foi criada, em 2002, a partir das famílias que já moravam lá no cerrado, como uma forma de organizar a sobrevivência das pessoas desempregadas dedicando-se à catação de materiais recicláveis. A COOPATIVA, hoje, tem 80 cooperados aproxiamadamente.

Em outubro de 2006, a cooperativa começou a usar o galpão e ainda estão em processo de organização do espaço, cuja construção não foi totalmente acabada. Por outro lado, a cooperativa não tem recursos para melhor estruturar o galpão e adquirir equipamemtos como prensa, balança e materiais para fazer as baias e vedar parte do galpão.

Um dos grandes problemas dos catadores do Distrito Federal é a moradia. Os governos têm sido omissos/lentos para resolverem esta questão. Parece mais fácil retirar, derrubar barracos, reprimir, violentar os direitos básicos do cidadão e das pessoas excluídas socialmente.É isto que novo Governo do GDF está fazendo na perspectiva de limpar a cidade, de organizar a Capital do País, patrimônio da humanidade. Os cidadãos excluídos ainda não são considerados patrimônio da humanidade, do País, do Planeta Terra.

Um Governo, eleito democraticamente e fundamentado na Constittuição Federal e nos direitos humanos, deveria traçar políticas públicas de trabalho e moradia, deveria tomar a iniciativa do entendimento, da negociação, da busca de alternativas que leve em conta os direitos do cidadão e sua dignidade e não só a beleza e organização urbana de nossa capital. Com pessoas, com famílias e crianças não se faz implosão como no caso do prédio à beira do lago Paranoá.

Entendemos que urgente os movimentos sociais e Fóruns organizados busquem audiência e negociações com o novo GDF, antes que os abusos e arbitrariedades se acumulem e que os direitos do cidadãdo continuem sendo implodidos.