Fonte: Agência Brasil

Foi instalado hoje, em Brasília, o Conselho Nacional de Economia Solidária (CNES) para fortalecer cooperativas e segmentos excluídos da sociedade que precisam de crédito para ganhar mais espaço no mercado.

Atualmente, os principais obstáculos ao desenvolvimento das cooperativas são a dificuldade de conseguir financiamento e de comercializar os produtos.

O conselho foi criado em 2003 como parte da Secretaria Nacional de Economia Solidária, mas só em 2006, com a união de 55 membros dos governos federal, estadual, municipal e setores da área produtiva, a idéia saiu do papel.

De acordo com o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, a partir de políticas públicas para o setor, problemas de financiamento, por exemplo, podem ser resolvidos, pois os bancos públicos terão obrigação de investir nos pequenos produtores.

Para ele, da mesma forma que o programa Bolsa Família inclui os que não têm condições financeiras, as cooperativas e agricultores familiares precisam ter crédito para crescer.

“Não é para o banco perder dinheiro, não estou pedindo para a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] perderem dinheiro com isso”, ressaltou. “Mas, muitas vezes, entre se relacionar com um correntista grande e com correntista pequeno, os bancos preferem se relacionar com correntista grande. Então, para o banco, do ponto de vista econômico, não seria interessante ajudar esses trabalhadores, mas os bancos públicos têm por obrigação fazer a execução da política de governo. E a economia solidária é política de governo, portanto é o que vou pedir aos bancos públicos”.

Joana Mota integra uma cooperativa que produz guloseimas do Pará e do Amazonas, como cocadas e doces em geral. Para ela, a criação do conselho é importante, porque os cooperados terão representantes nas discussões governamentais.

Ela conta que a economia solidária ajudou a cooperativa a se organizar, qualificar os profissionais e ter acesso aos créditos. “Desta forma, estamos avançando para que a economia solidária se fortaleça cada vez mais e possa gerar trabalho para esse povo excluído do mercado de trabalho”, disse. “Homens e mulheres que a partir de 30, 40 anos não tem acesso ao mercado de trabalho. Muitas vezes pela baixa escolaridade e também pela falta de oportunidade que não são dadas para o povo que vive na exclusão social”.

As reuniões para a elaboração de um regimento interno e de uma agenda de ações para o Conselho Nacional de Economia Solidária terminam amanhã.