Fonte:www.rets.org.br

“Quero mais saúde, me cansei de lero-lero. Dá licença, mas eu vou sair do sério!”. Nos versos de Rita Lee e Roberto de Carvalho, os Grupos pela Vidda do Rio de Janeiro e Niterói sintetizam o recado do XIII Encontro Nacional de Pessoas vivendo com HIV e Aids.

O encontro acontece de 13 a 15 de outubro no Hotel Glória, no Rio, e vem cobrar as infindáveis promessas não cumpridas para solução dos problemas relacionados ao combate à epidemia no país. Conhecido como “Vivendo”, o evento acontece desde 1990.

Aberto a todos as pessoas interessadas no assunto, independente de sua sorologia, o Vivendo 2006 deve reunir mais de 700 pessoas. O encontro é um desdobramento dos objetivos do Grupo pela Vidda, que desde 1989 luta por integração, ruptura do isolamento dos doentes de aids e garantia da dignidade de quem convive com a doença. Nesses quase 16 anos de luta e conquistas, o evento se consolidou como referência para indivíduos e organizações de todo Brasil. “É importante que as pessoas percebam que não estão sozinhas. E que tenham idéia do tamanho de todos os problemas e questões que envolvem a luta contra a Aids”, diz George Gouvêa, vice-presidente do Pela Vidda no Rio, para justificar a importância do evento. Segundo ele, a aids mata diariamente 30 pessoas, o que resulta em cerca de 11 mil mortes por ano. Há dois anos, no último encontro realizado, o tema escolhido foi “Eu vejo o futuro repetindo o passado”, verso de Cazuza, que apontava o retorno da mortalidade e a nova “cara” da aids. “O rosto do Cazuza, magro e escurecido, ficou muito tempo no imaginário das pessoas como a face da aids”, conta Gouvêa. Agora, a nova cara da aids, segundo ele, é a lipodistrofia, uma má distribuição da gordura no corpo, efeito colateral do coquetel de remédios. Ela pode aparecer no rosto, deixando-o mais magro que o resto do corpo, assim como nos braços e pernas, ou pode resultar no aparecimento de uma corcunda, conhecida como giba. “Você pode estar bem e a giba aparecer”, explica.