Fonte: Campanha Livre de Transgênicos (livredetransgenicos@aspta.org.br), por Luc Vankrunkelsven

Soja — onipresente no Brasil, onipresente na Europa. Brasil: nas lavouras. Europa: principalmente nos cochos de ração para suínos e aves. Uma porção menor da produção mundial de soja é destinada à alimentação de gado de corte e de leite e de peixes na aqüicultura em franca expansão. A menor parte é destinada diretamente à alimentação humana.

Para Wervel (Grupo de trabalho para uma agricultura justa e sustentável), na Bélgica, estes fluxos mundiais de soja causam preocupação. Do ponto de vista ecológico e social, o cultivo de soja no volume atual é prejudicial para a América Latina. Na Europa Ocidental o fluxo de soja sustenta principalmente uma produção artificialmente elevada de carnes e o problema gigantesco vinculado a ela, o excesso de produção de esterco. Será que é responsável o crescente aumento no consumo mundial de carne, enquanto 855 milhões de pessoas morrem de fome?

“Soja e o mercado mundial” é uma das linhas mestras da atuação de Wervel ao longo de seus 15 anos de existência. Desde 2003, este grupo de trabalho atua junto com o Sindicato de Trabalhadores Rurais Fetraf, em ambos os lados do oceano. Luc Vankrunkelsven atua como consultor na temática agrícola internacional em ambas as organizações. A Fetraf desenvolve muitas ações para melhorar a situação da produção da soja tanto para os agricultores familiares quanto para o ecossistema. A partir desta posição peculiar, o consultor o Belga escreve regularmente crônicas sobre soja. Gradativamente, fica evidente quão inesgotável é o tema. Com este livro, você tem em mãos uma coletânea de 45 crônicas sobre esta planta: soja e desmatamento, soja e povos indígenas, soja e água, soja e escravidão… seria demais citar todas. O sumário assinala, num relance, a complexidade intrigante da história da soja.

Vankrunkelsven não faz só denuncias mas descreve também como Fetraf, no Brasil, e Wervel, na Europa, trabalham em alternativas para a agricultura familiar.