Fonte: http://www.agenciabrasil.gov.br

A Cooperativa de Cachaça de Alambique de Araçuaí e Região (Cachaçaboa), em Minas Gerais, vai ganhar um reforço para melhorar a produção. Segundo a Agência Brasil (órgão oficial de divulgação do governo federal), a entidade é a primeira cooperativa de cachaça a receber financiamento do Programa de Investimentos Coletivos Produtivos (Proinco) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O Proinco aprovou empréstimo de R$ 1,89 milhão. A cooperativa entrará com uma contrapartida de R$ 149 mil. Localizada em uma das regiões mais pobres do país, os vales do Jequitinhonha e do Mucuri, a Cachaçaboa construirá uma engarrafadora, local para armazenamento, unidade de envelhecimento e espaço para homogeneização da cachaça.

De acordo com o presidente da cooperativa, Heinrich Busselmann, o objetivo é aumentar a produção atual de 500 mil litros para 1,2 milhão de litros por ano, além de formalizar os produtores e vender para grandes capitais, entre elas, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Recife e Salvador.

“Muitos dos alambiques [equipamento de destilação] não têm licenciamento ambiental, sanitário. A cachaça está chegando, até agora, ao mercado local como cachaça barata. Com a cooperativa legalizando toda a produção, a gente vai retirar essa produção do mercado local”, disse Busselmann.

Segundo ele, por causa da informalidade dos produtores, eles só conseguem vender o litro da cachaça por R$ 1. A cooperativa já estabeleceu preço de R$ 1,50 e espera elevá-lo, nos próximos três anos, para R$ 3. As vendas devem começar em novembro.

“Enquanto a cooperativa não consegue comprar e armazenar, eles [cooperados] são obrigados a vender para fornecedores locais”, disse. “Depois que tudo estiver legalizado, a gente tem segurança de ofertar o produto”, acrescentou.

A Cachaçaboa já tem 28 associados e está aberta a novas adesões. Busselmann estima a geração de 200 empregos diretos com as novas obras.

Mais dois projetos de cooperativas mineiras de cachaça estão sob análise no âmbito do Proinco, um deles também no Vale do Jequitinhonha. Criado em 2005, o programa destina recursos financeiros para investimentos que promovam o desenvolvimento econômico e social de uma região.

A Cachaçaboa terá 10 anos para pagar o empréstimo, com dois anos de carência. Os juros cobrados serão 8,5% ao ano – 7,5% referentes à Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) e mais 1%.