Fonte: http://www.jcam.com.br/

A Prefeitura de Manaus, por meio do Concultura (Conselho Municipal de Cultura) promove a partir do dia 18 de agosto, oficinas de capacitação, atualização e formação de produtores culturais sob a ótica da economia da cultura, da indústria da criatividade e economia solidária. O primeiro evento nesta perspectiva é a Oficina de Empreendedorismo Cultural, que enfatiza que “todos os artistas podem caminhar com seus próprios pés, transformando a cultura em um bom negócio”.

O evento será desenvolvido em 40 horas. As inscrições podem ser feitas, de forma gratuita, na sede do Conselho, na rua Rio Jutaí, 37, quadra 35, Vieiralves, fone 3232-5086. A turma vai de 21 a 25 de agosto de 2006. Estão previstas ainda oficinas de cores e aquarelas, animação de desenho, figurinos e adereços e trilhas sonoras e iluminação.

O presidente do Conselho de Cultura, o poeta Aníbal Beça, diz que as oficinas são fundamentais para o processo de desenvolver a cultura na dimensão econômica, pelo entendimento das ferramentas de técnicas de gestão, de pesquisa de mercado, elaboração de projetos e planos de negócios.

Economia da cultura

A Oficina de Empreendedorismo Cultural vai trabalhar, entre outros assuntos, a cultura como bem econômico, a nova atualização da Lei Rouanet, que abriu possibilidades para projetos de arranjos produtivos locais (APL), cadeias produtivas e programas culturais. Além das noções do que é ser um empreendedor de sucesso, quem participar do curso vai ter as bases para fazer pesquisas e diagnósticos de necessidades e demandas culturais, as formas de organização existentes para o exercício do empreendedorismo (empresas, ONGs, Oscips, Cooperativas), planejamento estratégico na área cultural, a elaboração de um Business Plan Cultural (exercício prático em laboratório de informática) e a identificação das fontes de recursos existentes no chamado Terceiro Setor.

O curso será ministrado pelo diretor executivo do Itec (Instituto de Tecnologia, Pesquisa e Cultura da Amazônia), o jornalista Carlos Araújo, que é também gestor de cultura pela Ucam (Universidade Cândido Mendes, MBA em Administração de Empresas e Negócios (FGV) e especialista em Marketing Empresarial.

Atualmente o especialista e MBA coordena projetos sociais e culturais em parceria com a Petrobras, HSBC Bank Brasil, PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e capta recursos para projetos aprovados pelo Minc (Ministério da Cultura), com base no conceito de Mecenato.

Gestão e planejamento na pauta

Para Carlos Araújo, além de todas as informações que serão disponibilizadas, fazer o Business Plan, o plano de negócios, vai ser importante para que o gestor cultural avalie seu trabalho e sua atividade sob a ótica da cadeia produtiva da economia.

O comércio internacional de bens e serviços culturais que movimentou US$ 1,3 trilhão no ano passado, segundo a ONU, e já representa 7% do PIB anual do planeta. Estima-se que o setor terá um incremento médio de quase 10% ao ano nas próximas décadas, enuncia o especialista.

Incubadora cultural

Além da oficina, Araújo considera que o mercado local já comporta uma incubadora de tecnologia da cultura. As incubadoras culturais auxiliam na criação de soluções para empreendimentos variados, de um artesão que trabalha sozinho até uma indústria fonográfica. Hoje, existem 13 instituições com esse enfoque no país, segundo a Anprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores).

Na incubadora cultural a intenção é fazer com que o empreendedor do setor dependa o mínimo possível de incentivos e tenha visão empresarial. As experiências vividas pelas incubadoras mostram resultados satisfatórios, pelo menos em relação à sobrevida das empresas.

A taxa de mortalidade das empresas que passaram por uma apoiadora cultural é de 20%, contra uma taxa de 80% dos empreendimentos nascidos fora do ambiente de incubação.

Benefícios ao negócio

As incubadoras podem oferecer: orientação em gestão e gerenciamento de negócios culturais; consultoria técnica para desenvolvimento de projetos culturais; cursos e palestras voltados à captação e gestão de recursos; criação de plano de negócios; participação em feiras e eventos; apoio para divulgação e acesso a mercados consumidores; diversos serviços conforme a necessidade dos pequenos empreendedores.