Fonte: www.criancanaoederua.org.br
No último dia 23 de julho a Av. Beira Mar foi palco da Caminhada “Criança Não é de Rua” realizada pelo Comitê Nacional de Enfrentamento à Situação de Moradia nas Ruas de Crianças e Adolescentes. A ação reuniu cerca de 2 mil pessoas.
Abrindo o evento centenas de crianças e adolescentes que já moraram nas ruas marcharam com a bandeira nacional e pedaços de papelão, simbolizando o sofrimento diário de cada criança que se encontra abandonada à própria sorte nas ruas das grande cidades brasileiras.
Os participantes se organizaram em 27 blocos portando as bandeiras de cada Estado do Brasil abaixo das quais estava escrito o número de crianças e adolescentes que estão morando nas ruas de cada capital. A pesquisa realizada por telefone pelo Comitê Nacional junto a ONGs e OGs, é uma estimativa da situação das crianças em cada capital uma vez que o Brasil até agora não dispõe oficialmente de dados sobre esse público. Conforme o levantamento, há nas 27 capitais ao todo 4.353 crianças e adolescentes em “situação de moradia nas ruas”.
O Comitê Nacional escolheu o dia 23 de julho em alusão à Chacina da Candelária ocorrida em 1993, no Rio de Janeiro, quando oito crianças moradoras de rua foram brutalmente assassinadas enquanto dormiam perto da igreja da Candelária. “Quanto tempo ainda vamos ter que assistir ao drama aviltante de crianças de sete, oito anos que continuam largadas e dormindo abandonadas nas ruas? Cinco anos? Dez anos? Nós sabemos e vemos que muitas crianças manifestam o desejo de não roubar, de não mais cheirar cola que suplicam e choram por uma oportunidade para sair das ruas. A não realização desse desejo constitui uma das formas mais cruéis de violação dos direitos humanos de que se tem notícia no Brasil”, afirmou Bernardo Rosemeyer, Secretário Nacional da Campanha. Um dos objetivos da Campanha é instituir o dia 23 de Julho como o Dia Nacional de Enfrentamento à Situação de moradia nas Ruas de Crianças e Adolescentes.
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