Fonte: Agência Notícias do Planalto, Gisele Barbieri

Ao final do “Encontro Nacional dos Povos do Campo: Por Dignidade e Justiça”, no dia 25 de julho, em Brasília (DF), as representações das 45 entidades que compõem o Fórum Nacional de Reforma Agrária e Justiça no Campo (FNRA) elaboraram um documento com as metas de reivindicações para a reforma agrária, nos próximos quatro anos. A prioridade entre elas será o assentamento de um milhão de famílias, começando pelas 230 mil que estão acampadas em beiras de estrada.

Eles criticam no documento, o atual modelo de desenvolvimento agrícola e fundiário, que é, segundo eles, responsável pelo latifúndio que incentiva os conflitos no campo. Pedem também a devida atenção aos pequenos produtores que respondem por grande parte dos alimentos consumidos pela população. E denunciam que o setor ocupa apenas 30% da área total cadastrada e recebe menos de 24% do financiamento público destinado à agricultura.

Para o Congresso Nacional as organizações fazem um apelo: querem que o Parlamento abandone o modelo alimentado pela bancada ruralista de criminalização dos movimentos sociais. Com isso pedem a aprovação de medidas como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 438), que trata da desapropriação de imóveis onde é constatado trabalho escravo.

Os povos do campo acreditam que estas medidas poderão ampliar a reforma agrária e o fortalecer a agricultura familiar e camponesa. Permitirá também a alocação de recursos financeiros suficientes para promover ações como assentamentos com qualidade, crédito e recuperação de preços dos produtos. O encontro contou com a presença de cerca de 300 pessoas.