Fonte: http://www.marista.edu.br
Durante a Feira de Santa Maria o GTRI e representantes de Redes de Economia Solidária da América Latina promoveram o seminário “Seminário Internacional: Por uma América Latina Solidária – Outra Integração é Possível” e, a partir deste, elaboraram a Carta de Santa Maria. Para Rosemary Gomes, da FASE, “essa reunião em Santa Maria é um momento muito importante, porque aqui estão protagonistas de redes que são da região da América Latina e que não se conheciam ou não tinham muita interlocução. Na minha tarefa de organizar o conjunto, a gente tem o Mercosul Solidário, a gente tem os grupos andinos, que estão aqui, como o Peru, a gente tem a mesa coordenadora de comércio justo e Economia Solidária. E a gente está tentando fazer com que o objetivo central dessa reunião, de todos aqui presentes, seja um auto-reconhecimento de várias iniciativas e uma tentativa de organizar uma agenda comum, estratégica, não só de eventos, mas política.”
Acesse a Carta de Santa Maria http://www.fbes.org.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=282
Seguem os depoimentos dos representantes de Redes da América Latina presentes ao evento.
Pablo Gonzáles – Representante da Rede de Sócios do Sul do Chile
“Venho como representante participar da Feira e principalmente de uma reunião com pessoas que participam de algum movimento na América Latina, vinculado à temática da sócio-economia solidária. Na realidade vim aqui conhecer qual é o mapa que se está apresentando em termos de redes da sócio-economia ou economia social na América Latina, com a finalidade de buscar alguma alternativa de intercâmbio de articulação e talvez de organização. Então um pouco é isso, deixar mais claro onde estamos no contexto latino-americano e ver como seguimos trabalhando, encaminhando uma confluência e uma agenda comum. Porque hoje estamos participando muito, há muitos espaços mas ainda desarticulados. Creio que faz muita falta termos uma entidade latino-americana de Economia Solidária.”
Juan Ramón Silva – Rede Argentina de Comércio Justo
“Na verdade, estamos com as mesmas intenções de fortalecer as redes existentes e ver como podemos nos articular em um espaço comum e construir a entidade latino-americana de comércio justo. Precisamos ter uma agenda comum.”
Alfonso Cotera – Mesa da Coordenação Latino-americana de comércio justo e diretor da Rede do Peru
“As experiências econômicas solidárias existem há muitos anos, de diferentes maneiras. Mas todas estão desenvolvendo ações independentes, da maneira desarticulada. E há aproximadamente 10 anos, começamos um processo de articulação dessas experiências. Realizamos em julho de 1997, om I Simpósio Internacional, com 32 países e estabelecemos aí como tarefa em conjunto difundir a proposta de Economia Solidária como uma alternativa ao modelo econômico vigente. Também foi acordado impulsionar as redes dos diversos países e manter uma coordenação a nível mundial. Passados nove anos, o que se conseguiu foi a constituição de várias redes em diversos países. Mas também se tem trabalhado, paralelo a isto, um impulso para o comércio justo na América Latina, no Mercado do Sul e nos mercados nacionais. Nossa presença aqui é para animar este processo, reconhecer a existência de Santa Maria como parte de um processo que está sendo construído em muitos lugares da América Latina.”
Gerardo Monteverde – Assistente Social – Cáritas Uruguai
“Estamos num país que mudou de governo, a esperança das pessoas é grande e temos que aproveitar este momento fundamental para ver se é possível chegar a propostas econômicas que incluam a todos. Por aí, um dos maiores desafios é como consideramos os trabalhadores que participam da Economia Solidária, que na linguagem comum são chamados de informais, precários, gente pobre. E dizemos o tempo todo que não é economia de gente pobre, mas de gente organizada.”