Fonte: Hélio Magalhães (http://www.embrapa.br/noticias)

Os diferentes setores da sociedade civil de Goiás, empreendedores econômicos solidários, entidades sindicais, movimentos sociais, ONGs, redes de comercialização, além de parlamentares e representantes de Universidades e de instituições públicas federais, estaduais e municipais se reuniram no auditório do Centro Pastoral Dom Fernando (Goiânia-GO), nos dias 2 e 3 de junho para participar da I Conferencia Estadual de Economia Solidária. O evento foi coordenado pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, por meio da Delegacia Regional do Trabalho – DRT, em conjunto com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Neste encontro os participantes tiveram a oportunidade de estabelecer um debate plural sobre os desdobramentos da economia solidária enquanto políticas públicas e definir propostas que serão apresentadas na Conferência Nacional de Economia Solidária a se realizar em Brasília, na última semana de junho.

Para o sociólogo Maurício Sardá de Faria, da Secretaria Nacional de Economia Solidária, que apresentou palestra sobre ‘Economia Solidária como Estratégia e Políticas de Desenvolvimento, a iniciativa é uma prática regida pelos valores de autogestão, democracia, cooperação, solidariedade, respeito à natureza, promoção da dignidade e valorização do trabalho que visa, não só o crescimento econômico, mas ao desenvolvimento do capital humano e como estratégia de enfrentamento da exclusão social.

Neste projeto as pessoas se unem ou criam um empreendimento, seja através de cooperativa, associação ou grupo específico, para produzir, vender, comprar ou conseguir crédito para a viabilização de um novo empreendimento. O Governo Federal, através dos ministérios e secretárias de apoio à economia solidária analisam a proposta da comunidade, ajustam tecnologias e buscam recursos para a implantação da proposta.

A Embrapa Arroz e Feijã (santo Antônio de Goiás-GO), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária-Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento participa no projeto de economia solidária por meio de palestras, pesquisas e capacitação em produção convencional e orgânica de banana, milho, mamão e café, além de produção de arroz e feijão junto ao produtores da Associação Joanapolina de Agriorgânicos – Aja Coração, localizada em Anápolis/GO.

“A economia solidária está contribuindo na criação de novos programas de promoção e desenvolvimento social no âmbito macrorregional, municipal, estadual e também na esfera infra-municipal, como os distritos, bairros ou povoados”, esclarece o jornalista Hélio Magalhães, representante da Embrapa Arroz e Feijão na Conferência sobre Economia Solidária.

Em Goiás já foram beneficiados pelo Programa Nacional de Economia Solidária a Cooperativa de Reciclagem de Lixo (Cooprec) e Obras Sociais do Centro Espírita Irmão Áureo (OSCEIA), a Central das Associações de Pequenos e Mini Produtores Rurais de Niquelândia, a Associação dos Produtores de Leite (Aproleite) de São Luís e a Cooperativa de Produtores de Cana (Coopercana) de Nova Aurora.

Outros projetos nas áreas de industrialização de doce, farinha, leite, cachaça e açúcar mascavo também foram aprovados e vão beneficiar novos empreendimentos de produtores dos municípios de Piracanjuba, Iporá, Silvânia e Morro Agudo.

Atualmente foram identificados no Brasil cerca de 15 mil empreendimentos solidários, em 2.274 municípios, sendo 44% concentrado no Nordeste, 13% na região Norte, 14% no Sudeste, 12% no Centro-Oeste e 17% na região Sul. Estes dados fazem parte do Atlas da Economia Solidária, produzido por uma equipe multidisciplinar coordenada pelo MTE e Secretaria Nacional de Economia solidária, envolvendo mais de 230 entidades e 600 técnicos e entrevistadores. Tal processo de mobilização permitiu maior reconhecimento e articulação da economia solidária em todo o território nacional.