Fonte: http://www.noolhar.com/opovo/economian/601323.html
O município da Região Metropolitana de Fortaleza terá a partir de hoje um banco comunitário que pretende financiar projetos de 80 produtores e comerciantes até o final do ano
A iniciativa do Banco Palmas, do bairro Conjunto Palmeiras em Fortaleza, ganha novos “seguidores” no Ceará com a abertura do Banco dos Empreendedores de Maranguape hoje a partir das 10h. Este, que será o quinto banco comunitário do Estado, vai integrar a Rede de Bancos Comunitários, iniciada com o Banco Palmas, em janeiro de 1998.
O banco inicia suas operações com capital de R$ 30 mil, conseguidos através de convênio com o Banco Popular do Brasil, e pretende, até o final deste ano, financiar 80 pequenos produtores, comerciantes e prestadores de serviço do município. Para isso, dois produtos estarão disponíveis: uma linha de microcrédito de até R$ 3 mil com sistema de aval de vizinhança (sem consulta ao SPC e ao Serasa), e uma linha de crédito em moeda social circulante, sem juros. A moeda social se chamará Prata e será aceita por dezenas de produtores e comerciantes do município.
O coordenador geral do Banco dos Empreendedores de Maranguape, Luciano do Vale Júnior, explica que o projeto é como se fosse uma franquia do Banco Palmas, concebida em parceria com Banco Popular do Brasil. A intenção, de acordo com ele, é atingir famílias de baixa renda, que recebem de meio a um salário mínimo por mês, além de micros e pequenos empreendedores do município para que possam ampliar seus negócios. “O público-alvo principal são famílias de baixo poder aquisitivo que não têm acesso ao sistema formal de empréstimo e desejam criar ou ampliar um pequeno negócio”, acrescenta.
O limite máximo de empréstimo é de R$ 3 mil, mas o coordenador afirma que os primeiros empréstimos têm valor inferior e serão aumentados de acordo com o pagamento, que pode ser efetuado em até 12 vezes. A taxa de juros utilizada nos empréstimos será de 2% ao mês. Em relação ao índice de inadimplência, Luciano Júnior diz que é baixo nos bancos comunitários. “Quem vai avalizar o tomador de empréstimo é a comunidade e a experiência nos mostra que a inadimplência é muito próxima de zero”, afirma.
O Banco Palmas, que é modelo para o Banco dos Empreendedores de Maranguape, foi criado em 1998 e já movimentou cerca de R$ 800 mil desde sua fundação através de pequenos empréstimos que variam de R$ 100 a R$ 3 mil, atendendo 1200 famílias. Atualmente, cerca de 400 famílias dos bairros Conjunto Palmeiras, São Cristóvão e Sítio São João utilizam o Palm Card e a moeda Palmas é usada até no transporte coletivo (topics). “O nosso objetivo é seguir o exemplo do Banco Palmas e desenvolver emprego e renda para a comunidade”, conclui Luciano Júnior.