Fonte: Jaime (jaime@caritasma.org.br)

Reunidos no auditório da sede das Promotorias de Justiça, no Calhau, no começo da manhã de ontem, 3, representantes de várias entidades, deram início a I Conferência Estadual de Economia Solidária. Uma articulação que envolve governo Estadual, empreendimentos, entidades de assessoria e instituições do poder público voltados para a realização, apoio e fomento da economia solidária no Estado.

A Economia Solidária é feita por trabalhadores e trabalhadoras que realizam suas atividades produtivas de maneira informal ou organizada em associações, grupos produtivos, cooperativas e outras formas, que possam gerar trabalho, renda e desenvolvimento social às famílias, comunidades e estado, tendo como preceito básico a troca e a solidariedade entre o grupo.

Um dos objetivos centrais da Conferência é discutir propostas que serão levadas por 40 delegados eleitos neste final de semana, a fim de participarem entre os dias 26 e 29 deste mês em Brasília da conferência nacional. O encontro servirá para definir estratégias, além de pleitear recursos para potencializar o crescimento desse segmento da economia nos estados.

Políticas públicas

Tendo como um dos principais condutores o governo estadual, por intermédio das secretarias de Solidariedade Humana e da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagro), a economia solidária visa a identificação do potencial maranhense, tanto do ponto de vista dos seus espaços de organização social quanto das políticas públicas desenvolvidas.

Presente no evento como representante do governador José Reinaldo Tavares, o secretário da Seagro, José Lemos disse que por envolver as atividades agrícolas e outras produções fundamentais para o desenvolvimento do Maranhão, a Economia Solidária fortalece o trabalho que o governo vem desenvolvendo no sentido de resgatar a auto-estima da população, principalmente daquelas que moram na zona rural, por estar constituindo um grupo gerador de sua própria renda e melhorando assim, a qualidade de vida de quem nela se envolve.

“O governo acredita neste tipo de empreendimento”, disse ele, chamando atenção para os aspectos sociais que esta iniciativa representa à sociedade. Para ele experiências bem sucedidas como estas, destacam não só a comunidade, mas também, o Estado como um todo. Lemos classificou de “grande avanço” investimentos com este perfil, onde caminham juntos governo estadual e federal, com um objetivo comum, que é atender às necessidades mais urgentes da população.

Solidariedade

A secretária adjunta da Secretaria de Solidariedade Humana, Graça Moura, que representou a titular, Clay Lago, destacou que o governo do Estado sabe que para vencer a pobreza é fundamental que sejam feitas parcerias com trabalhadores, sociedade civil e outros órgãos. Disse também que a economia solidária é sem dúvida, o fio condutor da solidariedade. Citou como exemplos macro deste tipo de economia os movimentos de trabalhadores rurais, das quebradeiras de coco, da agricultura familiar e de muitas outras formas de empreendimento. “Não tenho dúvidas que a partir desta Conferência, estamos escrevendo uma nova história do Maranhão. Uma história escrita a várias mãos e varias vozes composta pelo tripé: poder público, sociedade civil organizada e empreendedores solidários”, destacou.

Moura lembrou de inúmeros projetos e programas que são desenvolvidos na gestão atual como a Compra Local, o Programa de Desenvolvimento Integrado do Maranhão (Prodim), Cabra Legal, Agricultura Familiar, Padaria do Povo,dentre outros, que tem ajudado na redução do índice de exclusão social no Maranhão.

O presidente da Cooperativa Agro-extrativista do Maranhão, Manoel Conceição Santos falou de sua emoção em ver reunido tantos participantes na Conferência que vai nortear o futuro da Economia Solidária. Ele destacou a união e a relação de solidariedade entre as comunidades que participam do processo, de forma consciente e clara. “Não haverá Economia Solidária se não existir homens e mulheres de sua realidade e que mantenha clara e respeitosa a relação entre a natureza e a sociedade. É a natureza que nos mantém vivos e é por ela que devemos manter a nossa caminhada”, ressaltou emocionado.