Fonte: Idalvo (itoscano2@uol.com.br)
Por um sistema de poupança e crédito popular e e solidário
“Gostaria de dizer com toda veemência que a ausência da possibilidade de se ter um sistema próprio de crédito para a camada de baixa renda no País, é um escândalo”. Prof. Paul Singer
O crédito é fundamental ao desenvolvimento da Economia Popular e Solidária. Não ter direito a créditos constitui um dos maiores entraves ao desenvolvimento das iniciativas econômicas populares e solidárias.
As atuais instituições de crédito do país, mesmo aquelas que se denominam “bancos populares”, não atendem de forma satisfatória a este segmento, pois:
* os procedimentos e regras operacionais são barreiras geralmente intransponíveis;
* não há agências bancárias nos locais onde as pessoas vivem e produzem;
* o sistema de crédito não tem identidade com as necessidades de desenvolvimento local das comunidades empobrecidas;
* as taxas de juros são estupidamente elevadas;
* não há uma política conseqüente de apoio ao crédito popular.
Assim, torna-se imprescindível a constituição de um novo sistema de crédito que se caracterize:
1. pelo funcionamento e regras próprias, com autonomia em relação ao sistema financeiro atual e seu Banco Central;
2. pela gestão e controle pelos próprios usuários de seus serviços;
3. pela criação de “banquinhos comunitários” onde cada comunidade possa ter seu próprio banco;
4. pela movimentação da poupança popular local em beneficio da própria comunidade, promovendo o autofinanciamento;
5. pelo financiamento ágil, descentralizado e simples às iniciativas populares locais.
Para tanto, é inadiável a criação de um “Fundo Nacional de Financiamento à Economia Popular e Solidária” que garanta a estabilidade e a continuidade dos recursos voltados ao Sistema de Poupança e Crédito Popular e Solidário.
Por fim, é preciso que se reconheça o crédito como um direito fundamental daqueles que produzem e reproduzem a vida em toda sua dimensão.