Fonte: notplanradios@listasbrasil.org

As mobilizações em todo o país na segunda-feira (01/ 05), Dia Internacional do Trabalho, misturaram campanha eleitoral, assistencialismo com sorteio de casas inclusive e mega-shows. De acordo com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), só em São Paulo, o evento realizado na Avenida Paulista custou R$ 2,5 milhões, bancados por empresas públicas como a Petrobrás.

Segundo Ricardo Antunes, sociólogo e professor da Universidade de Campinas (Unicamp) estas transformações refletem a descaracterização das centrais sindicais.

?O que configura estas festividades é a perda de consciência de classe dos dirigentes destas centrais sindicais, que abandonaram em grande medida, a defesa verdadeira dos interesses dos trabalhadores para fazer uma defesa ou da burocracia sindical ou dos governos dos quais recebe recursos. É no fundo alguma coisa assemelhada com o esquema do Valerioduto para centrais sindicais, ou seja, o primeiro de maio no Brasil hoje descaracterizou o nosso dia de luta, porque as centrais estão bastante descaracterizadas, especialmente a CUT.?

O sociólogo afirma ainda que, durante muitas décadas, as centrais brasileiras tinham este caráter combativo, mas a aproximação entre entidades como a CUT e a Força Sindical trouxeram prejuízos para as lutas da classe e “hoje suas diferenças já são secundárias e tornam-se distante dos trabalhadores

De Brasília, da Agência Notícias do Planalto, Gisele Barbieri