O decreto do presidente da Bolívia Evo Morales que nacionalizou as reservas de gás e petróleo do país representa uma vitória para todos os movimento sociais latino-americanos. Foi o que disse na terça-feira (02/05) Emir Sader, sociólogo e professor da Universidade de São Paulo (USP). Segundo ele, Morales tem o apoio dos bolivianos porque está cumprindo o que prometeu na campanha eleitoral.
?As suas reivindicações fundamentais que levaram à eleição dele foram a convocação da Assembléia Constituinte e a nacionalização dos recursos energéticos ele está cumprindo. Por isso ele tem uma popularidade altíssima e que vai aumentar. Então, a vitória dos movimento sociais bolivianos ? que não apenas criticaram e resistiram, mas construíram seu projeto partidário e político ? é uma vitória para todo os movimentos da América Latina. O MAS [Movimento ao Socialismo] é um exemplo para o continente?.
Mais da metade do gás natural comercializado no Brasil vem da Bolívia, onde a Petrobrás mantém duas refinarias que foram atingidas pela estatização. Emir Sader diz que as negociações do governo brasileiro devem ser feitas no sentido de não só expressar, mas também agir com vistas à integração dos países da América do Sul.
?A Petrobras terá que encontrar uma maneira de colaboração e participação ? e certamente encontrará ? para que o Brasil participe na integração não apenas através de projetos gerais, mas também na relação bilateral solidária e mutuamente dependente do Brasil com a Bolívia e vice-versa?.
As empresas que não aceitarem as condições impostas pela nacionalização das reservas de gás e petróleo têm um prazo de seis meses para deixar a Bolívia.
De São Paulo, da Agência Notícias do Planalto, Beatriz Pasqualino
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