Mais um passo à frente

Fonte: Hamilton Oliveira (hamilton@caritasma.org.br)

O SoL nasceu como o boletim eletrônico da articulação da Economia Solidária no Maranhão, com o objetivo de comunicar para fortalecer a reconstrução do nosso Fórum Estadual, facilitando a circulação de informações entre empreendimentos, entidades de assessoria e gestores públicos.

Agora o SoL dá um passo importante em sua caminhada, assume a missão de circular como um veículo de comunicação oficial do Fórum de Economia Solidária do Maranhão. Para cumprir essa missão contamos com a colaboração de todos.

Caminhamos no processo de rearticulação do Fórum no Maranhão para reacender o movimento de Economia Solidária local e para por em prática uma agenda de novas oportunidades, como a realização da primeira Feira Estadual e da Conferência Estadual.

Esta é a quarta edição do SoL. A partir de agora o boletim está disponível também nesta página.

Fórum Estadual realiza oficina para capacitar em gestão de projetos de Economia Popular Solidária

por Flávia Moura

“A oficina pode ter como resultado projetos elaborados pelos participantes”

Rogenir Almeida – CRS-Brasil

O Fórum Estadual de Economia Solidária do Maranhão realiza, no próximo mês de abril, uma oficina de elaboração e gestão de projetos com a metodologia da EPS – Economia Popular Solidária.

O objetivo é capacitar 40 gestores de entidades que atuam no estado. A oficina é resultado de uma parceria com o FOREM – Fórum Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo no Maranhão, e a DRT – Delegacia Regional do Trabalho no Maranhão.

Segundo o delegado regional do trabalho e coordenador do FOREM, Ubirajara do Pindaré, desenvolver projetos de economia solidária pode ser uma alternativa para a prevenção do aliciamento e também para o combate ao trabalho escravo no estado. “A partir desses projetos, podemos oferecer outras formas de geração de trabalho e renda para esses trabalhadores que estão, atualmente, vulneráveis à escravidão contemporânea no Maranhão”.

Segundo Rogenir Almeida, representante da CRS-Brasil na equipe de organização da oficina, o objetivo é mostrar caminhos para financiamentos, como fontes de recursos e critérios básicos para a aprovação de um projeto com a metodologia da EPS. “Acredito que a oficina pode resultar em produtos, como por exemplo o ‘desenho’ de alguns projetos das próprias entidades que estiverem participando. Entendo que assim fica mais prático e é isso que os gestores estão buscando”.

Oficina apresenta Economia Solidária para representantes de empreendimentos e entidades comunitárias de São Luís

Primeiro passo – participantes debatem sobre os princípios da Economia Solidária

A oficina “A Economia Solidária e o papel do Fórum Estadual no Maranhão” foi realizada no último sábado, 25, reunindo representantes de articulações, entidades e empreendimentos de São Luís interessados em integrar o movimento organizado da Economia Solidária no estado. Algumas pessoas tiveram o primeiro contato com o tema, outras aprofundaram o entendimento da nova forma de organizar o trabalho coletivo. Muitos descobriram que já praticam a Economia Solidária em suas comunidades.

Participaram do evento representantes do Movimento Feira Livre, do Centro Social e Produtivo da Zona Rural de São Luís, da Federação das Entidades Comunitárias Rurais de São Luís, Buriti Arte, entre outros, num total de 15 pessoas. O evento foi promovido pela parceria Cáritas Brasileira Regional Maranhão e Catholic Relief Services – Brasil para a articulação do Fórum Estadual de Economia Solidária.

Mas a iniciativa de realizar a oficina partiu das próprias entidades e empreendimentos, que se reuniram em um Grupo de Trabalho constituído a partir do Seminário Caminhos para a Cidadania, há um mês, e propuseram a realização de um evento para debater sobre Economia Solidária e as articulações locais para a consolidação do Fórum Estadual. A oficina, realizada no último sábado, foi conduzida pelo assessor da Cáritas, Jaime Conrado, e pela assessora da CRS-Brasil, Rogenir Almeida.

Mapeamento no Maranhão

No Maranhão foram mapeados 560 empreendimentos que possuem características de empreendimentos de Economia Solidária, segundo dados fornecidos pela equipe de pesquisa que realizou o levantamento promovido pela SENAES – Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho em parceria com organizações sociais. O mapeamento registrou que são 389 empreendimentos atuando na área rural e 109 na área urbana. A maioria, 448 empreendimentos, está organizada em forma de associação. Os dados completos do mapeamento serão divulgados em breve pela SENAES.

O assessor da Cáritas Brasileira Regional Maranhão, Jaime Conrado, comentou a importância das informações registradas no mapeamento como referência para a participação da sociedade civil organizada e do governo nas Conferências estaduais e nacional de Economia Solidária. “O mapeamento servirá para tornar claro quem são e quantos são esses empreendimentos, assim como direciona as proposições de políticas públicas com enfoque prioritário para Economia Popular Solidária em todo o estado”.

O objetivo do mapeamento é servir de base para a implantação do Sistema de Informações da Economia Solidária (SIES), que ajudará na formulação de políticas públicas para o setor. A pesquisa do mapeamento teve início em 2004 e envolveu mais de 230 entidades governamentais e não-governamentais que atuam com economia solidária.

O site do FBES informou que os dados coletados no mapeamento indicam que a economia solidária se consolidou no Brasil a partir de 1990, com 85% dos empreendimentos criados entre aquele ano e 2005. No Maranhão, dos 560 empreendimentos pesquisados, 485 foram criados a partir de 1991.

Números da Economia Solidária no Brasil:

    1. As atividades econômicas predominantes:

    agricultura e pecuária: 64%

    têxteis, confecções, calçados e produção artesanal em geral: 21%

    prestação de serviços: 14%

    alimentação: 13%

    2. Distribuição regional dos empreendimentos

    Nordeste: 44%

    Sul: 17%

    Suldeste: 14%

    Norte: 13%

    Centro Oeste: 12%

    3. Total de trabalhadores e trabalhadoras: 1.255.822

    Homens: 63%

    Mulheres: 37%