Fonte: Paulo César Araújo da Silva (paulocasilva@iconecta.com.br)

No próximo dia 12 de fevereiro, a Cooperativa de Crochê do Sul de Minas – Coocrochê Trançando Renda, estará realizando a sua assembléia anual para aprovação do balanço e prestação de conta. Após a assembléia, estará realizando um almoço de confraternização entre as crocheteiras cooperadas e seus familiares.

O almoço faz parte das comemorações de um ano de fundação da cooperativa. A Cooperativa Trançando Renda é um projeto do Programa de Incubadora de Cooperativa desenvolvido pela Casa da Cidadania, organização não governamental, que atua na geração de oportunidades de trabalho e renda. O empreendimento contou com o apoio da Fundação Banco do Brasil. Em seu primeiro ano de vida, a cooperativa gerou renda para mais de duzentas crocheteiras que se associaram. A Trançando Renda nasceu em Ouro Fino e agora já expandiu suas atividades para outros municípios, constituindo núcleos nas cidades de Inconfidentes, Poço Fundo, Ipuiuna e Borda da Mata e, em breve, estará se expandindo para as demais cidades do Sul de Minas.

O trabalho artesanal de fazer crochê é uma tradição em várias cidades da região, mas sempre foi exercido de forma precária. O trabalho das artesãs não é valorizado, as crocheteiras prestam serviços para as empresas de distribuição de fios, mas não recebem direitos trabalhistas e nem um preço justo pelo o seu trabalho. A cooperativa nasceu para dignificar a profissão, proporcionando um preço mais justo ao trabalho artesanal que é realizado em sua grande maioria por mulheres.

Neste um ano de funcionamento, a cooperativa teve quer enfrentar vários obstáculos, um deles foi o de garantir a sua participação na Crochemalhas – Feira de Crochê e Malhas de Inconfidentes. O presidente da Associação Comercial local,não queria permitir a participação da cooperativa na feira, por temer a sua concorrência, mas acabou voltando atrás após as crocheteiras ameaçar levar a questão para a justiça. Outro obstáculo superado foi o de conseguir o seu registro que demorou cinco meses para sair e também a falta de experiências das crocheteiras em conduzir seu próprio negócio.

Mas os obstáculos não desanimaram as crocheteiras que conseguiram manter as atividades da Trançando Renda e distribuiu cerca de R$ 40 mil em remuneração para as cooperadas, valor superior ao investido pela Fundação Banco do Brasil no projeto. A cooperativa em seu primeiro ano, funcionou na informalidade, só recentemente teve aprovado o seu registro como pessoa jurídica e agora poderá ampliar as suas atividades, abrir conta, pegar crédito e até exportar a sua produção. A cooperativa chegou a fornecer seus produtos para uma das mais badaladas lojas de São Paulo, a Daslu.

O empreendimento agora estará buscando investimento para ampliar as suas atividades. Uma das prioridades, além de investir na capacitação dos dirigentes da cooperativa, é a aquisição de um veículo para transportar o fio até a residência da cooperada, pois a concorrência acaba levando vantagem ao entregar e retirar a matéria prima e o produto na casa da crocheteira, já que a grande maioria das artesãs vive na zona rural. A cooperativa também estará criando o selo de “produto socialmente justo” o objetivo do selo e conscientizar os consumidores a não comparem produtos artesanal em crochê que exploram as crocheteiras.

Mais Informações:

Cooperativa de Crochê do Sul de Minas – Trançando Renda

Praça Dr. Francisco Bueno Brandão,49 Centro

Ouro Fino – MG Tel.: (35) 3441-4058