Fonte: Adital Notícias – 30/05/2005 (www.adital.com.br)

Aproximadamente 2,5 milhões de pessoas lotaram a mais famosa avenida da cidade de São Paulo, a Avenida Paulista, para dizer "não" ao preconceito contra os homossexuais. Esse foi o público da nona edição da Parada do Orgulho GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros), promovida no último domingo, 29 de maio. A Parada de São Paulo é considerada, pelo segundo ano consecutivo, o maior evento do gênero no mundo. O público, que ocupou 3,5 quilômetros na capital paulista, representa o dobro do reunido em eventos similares em São Francisco (Estados Unidos) e Toronto (Canadá).

Com o lema "Direitos Iguais, Nem Mais, Nem Menos", os participantes do evento reivindicaram o reconhecimento oficial da união entre pessoas do mesmo sexo. Pedido que não veio apenas dos homossexuais. Jovens, adultos, idosos e até crianças foram à Avenida Paulista apoiar a luta pela igualdade.

No Congresso Brasileiro, existe um projeto de lei, de autoria da ex-deputada federal do Partido dos Trabalhadores Marta Suplicy, que prevê a legalização da união civil entre homossexuais. Integrantes do movimento gay pretendem colher 1,2 milhão de assinaturas para que o projeto, que já tramita há 10 anos, seja finalmente votado.

A autora do projeto, que também é ex-prefeita da cidade, esteve presente ao evento. Assim como o atual prefeito, José Serra, e Sérgio Mamberti, secretário da Identidade e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura.

A Parada do Orgulho GLBT acontece em São Paulo desde 1997. Naquele ano, teve como tema "Somos muitos, estamos em todas as profissões" e reuniu 2 mil pessoas. O evento faz parte de uma série de atividades que serão desenvolvidas até o final do mês de junho e que inclui campeonato esportivo, seminários, lançamento de livros e apresentações artísticas.

Brasil Sem Homofobia: programa completa um ano

Na semana que antecedeu a Parada do Orgulho GLBT, o Brasil Sem Homofobia (Programa de Combate à Violência contra GLBT e de Promoção da Cidadania Homossexual) completou um ano. Criado pelo Governo Federal, ele tem como objetivo desenvolver ações em todos os órgãos da administração pública federal para promover a cidadania, combater a violência e a discriminação contra homossexuais e transgêneros.

Em entrevista à Agência Brasil, o assessor especial da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Ivair Augusto dos Santos, destacou ações desenvolvidas pelo Ministério da Educação, que tem preparado professores para combater o preconceito nas salas de aula; pelo Ministério da Cultura, que reconheceu as paradas como manifestações culturais; e pelo Ministério da Justiça, que investiu na capacitação de policiais e na criação de um banco de dados sobre crimes contra homossexuais. Antes da criação do Programa, apenas o Ministério da Saúde e a Secreta Especial dos Direitos Humanos atuavam nessa área.