Fonte: Tupi Namba (tupi.databa@gmail.com)

Falaí solidários, Liga nós a notícia no jornal "O Estado de São Paulo" do dia 25/4/2005 (cópia abaixo). Tipo: o governo vai distribuir equipamento e conexão pra quem tiver o dom de fazer a correria da inclusão digital e versa um esquema exigido na licitação, tipo um plano de negócios social pro esquema ser auto sustentado. Se, pam, vira misturar no bolinho telecentros de negócios, incubadoras de "lowtecnologia", capacitação, microempreendedorismo e mídia comunitária. Maluco vai ter que se jogar em monetizar a produção digital de informação, rede ou reputação. Ou esquema de trocas com sistemas monetários alternativos, lets e arranjos produtivos locais.

— Citando o jornal (notícia: "Casa Brasil aposta na inclusão coletiva"):

Governo Lula segue exemplo de prefeituras e Estados, mas criará versões "multimídia" dos centros de acesso à internet. Se o governo, ONGs e especialistas estiverem certos, o caminho para a inclusão digital de milhões de brasileiros menos favorecidos passa necessariamente pelos centros de acesso comunitário – e gratuito, é bom dizer – a computadores e à internet.

Enquanto não decide se o prometido PC popular sai ou não, o governo federal tem outro coelho na cartola da inclusão digital. Sob o comando do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), ele pretende lançar, até o final de maio, um edital para a criação de 90 Casas Brasil no País.

Trata-se de um projeto ambicioso de centros multimídia onde a população carente poderá aprender a manusear um micro, mas também terá acesso a arte e cultura em diversas formas e a serviços públicos. Para quem mora em São Paulo, é como se fosse uma mistura do Poupatempo com o Centro Cultural. Esses espaços, geralmente instalados em regiões carentes, reúnem computadores ligados em rede com acesso à internet. Neles, o usuário pode fazer seu currículo, procurar emprego, pesquisar para um trabalho escolar ou simplesmente aprender os rudimentos da informática. Coisas como digitar um texto e gravá-lo em um disquete. Ou abrir o navegador e descobrir que há todo um mundo a ser desbravado com apenas alguns cliques no mouse.

Auto-sustentabilidade

O projeto do governo Lula envolve vários ministérios e setores públicos, como Petrobrás, Correios e Caixa Econômica Federal. Rodrigo Rollemberg, secretário para a inclusão social do MCT, diz que as Casas Brasil contarão com pelo menos 20 PCs, auditório, sala de leitura e até um laboratório para o conserto de computadores. Terão também agências bancárias e dos Correios. Tudo distribuído por espaços de cerca de 300 m2.

No primeiro ano, o próprio governo custeará os gastos com pessoal e equipamentos – a verba, nas mãos do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), é de R$ 20 milhões. Depois, cada centro correrá por sua conta e risco. Prefeituras, governos estaduais, ONGs e universidades podem apresentar projetos. Vence quem, segundo Rollemberg, apresentar os melhores projetos de sustentabilidade para que cada Casa se mantenha por pelo menos mais dois anos.

A sobrevivência é um ponto importante

Por pensar que poderia arcar sozinha com os custos dos telecentros, por exemplo, a Prefeitura paulistana acabou com unidades fechadas – como a da Sé – e outras funcionando em situações precárias, com falta de papel e de tinta para a impressora, de telefone e até de luz.

Já o governo estadual mantém seus infocentros saudáveis graças a parcerias com a iniciativa privada, como a Telefônica, e com as prefeituras municipais. Fernando Guarnieri, coordenador do Acessa São Paulo, explica que o programa também se resume a só dar acesso à web à população, o que barateia os custos.

Quando o edital sair, as entidades terão 45 dias para apresentar seus projetos e a comissão terá mais 45 dias para julgá-los. Significa que não veremos uma Casa Brasil em operação antes de setembro.

(fim da citação)

A revolução não será televisionada!