Fonte: Priscilla Mazenotti, da Agência Brasil
Pela primeira vez, representantes da sociedade civil e governo federal se reúnem numa conferência para discutir formas de incentivar um segmento da economia brasileira que ganha espaço no país: a economia solidária. Isso é um conceito para se referir à geração de oportunidades de trabalho, que podem ser iniciativas autônomas, individuais e coletivas, como associações, cooperativas e até administração de empresas falidas.
Atualmente, segundo o mapeamento coordenado pelo Ministério do Trabalho, são mais de 15 mil empreendimentos desse tipo, que envolvem cerca de 1 milhão de pessoas.
Durante o encontro, serão discutidos temas como a autogestão de empresas por trabalhadores, microcrédito por meio de bancos comunitários, redes de produção solidárias e as organizações associativas e o cooperativismo para a construção de um modelo econômico de desenvolvimento sustentável, democrático e socialmente justo.
O encontro vai até quinta-feira (29) e deve reunir mais de mil delegados eleitos e indicados pelas conferências estaduais. Entre os objetivos principais da conferência, está a afirmação da economia solidária como estratégia e política de desenvolvimento para o país.
Na abertura da conferência, o secretário nacional de Economia Solidária, do Ministério do Trabalho e Emprego, Paul Singer, afirmou que a conferência abre um espaço de participação da sociedade civil para a decisão conjunta, entre a população e o governo, sobre as diretrizes das políticas sociais. “Este é o primeiro governo federal que tem efetivamente criado uma política sistemática à favor da economia solidária, juntamente com governos estaduais e um número crescente de governos municipais. É o estado brasileiro reconhecendo aquilo que está se transformando a meu ver num dos mais importantes movimentos sociais deste país”, disse.
Foi criado também na semana passada o Conselho Nacional de Economia Solidária para acompanhar construir políticas públicas para a economia solidária e acompanhar o desenvolvimento delas nos municípios e estados do país. Além disso, vai tentar monitorar a implementação de projetos que os trabalhadores encontraram para produzir. O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, comemorou a criação do consleho. “É mais um passo para dar visibilidade para a economia solidária”, afirmou na conferência.