Por Maiquel Rosauro
O Papa Francisco vai estar bem informado sobre a Economia Solidária e sobre o Projeto Esperança/Cooesperança. É o que projeta a irmã Lourdes Dill, coordenadora do Projeto, que enviou para o Sumo Pontífice um kit com informações sobre o tema. O material foi entregue através do estudante de História da UFSM, Rodrigo Suñe, que participou esta semana do Encontro Mundial dos Movimentos Populares, no Vaticano.
Suñe é membro do Levante Popular da Juventude, que todos os anos reúne cerca de 500 jovens em um acampamento realizado durante a Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop), no Centro de Referência em Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, em Santa Maria. O evento em Roma, que contou a presença do Papa, teve início na segunda-feira (27) e terminou nesta quarta (29).
Segundo irmã Lourdes, o encontro entre movimentos populares e um Santo Padre é o primeiro na história da Igreja.
– O Papa se propôs, como Igreja, ajudar a discutir um movimento de desenvolvimento sustentável para o mundo, que seja uma contraposição ao capitalismo selvagem – avalia irmã Lourdes.
A religiosa tem a expectativa de que o Encontro tenha desdobramentos em um futuro próximo.
– Esperamos, deste evento, frutuosos encaminhamentos para o futuro da humanidade e também para o futuro do planeta Terra – projeta.
EM DISCURSO AOS LÍDERES DE MOVIMENTOS SOCIAIS, PAPA DEFENDEU REFORMA AGRÁRIA
Em seu discurso aos líderes de movimentos sociais na terça (28), Papa Francisco defendeu a reforma agrária e fez duras críticas ao modelo do agronegócio. Ao citar o Compêndio da Doutrina Social da Igreja, o Papa lembrou que “a reforma agrária é, além de uma necessidade política, uma obrigação moral”.
Disse ainda se preocupar com a erradicação de tantos camponeses que deixam suas terras, “não por guerras ou desastres naturais”, mas pela “apropriação de terras, o desmatamento, a apropriação da água, os agrotóxicos inadequados são alguns dos males que arrancam o homem da sua terra natal”.
Para ele, “essa dolorosa separação, que não é só física, mas também existencial e espiritual, porque há uma relação com a terra que está pondo a comunidade rural e seu modo de vida peculiar em notória decadência e até em risco de extinção”.
Como consequência a essa perversidade, o Papa trouxe a dimensão da fome ao se referir a outra prática recorrente do agronegócio. “Quando a especulação financeira condiciona o preço dos alimentos, tratando-os como qualquer mercadoria, milhões de pessoas sofrem e morrem de fome”.
Maiquel Rosauro*, Jornalista (MTb/RS 13334)
Assessor de imprensa da 21ª Feicoop
10ª Feira Latino Americana de Economia Solidária