Fonte: http://www.mst.org.br/node/15512
Por Marcelo Matos Da Página do MST
Entre os dias 7 a 11 de dezembro o MST junto à Solidariedade Socialista (SOLSOC) realizam o Seminário Internacional de Economia Solidária, em Fortaleza (CE).
A atividade, que acontece pelo programa Fundo de Apoio ao Desenvolvimento das Organizações Comunitárias (FADOC), visa fortalecer a construção e o compartilhamento de concepções e práticas de economia solidária, além das estratégias de incidência em políticas públicas, por meio de troca de experiências, intercâmbio e articulação internacional.
Representantes de diversos países das Organizações Comunitárias de Base (OCB’s) do FADOC, como Brasil, Colômbia, Bolívia, Nicarágua, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Marrocos, Burundi, República do Congo e Bélgica, além de instituições parceiras, participam do seminário.
Outros convidados são os representantes de articulações de movimentos de economia solidária e de instituições do poder público, que atuam diretamente com a temática da Economia Solidária.
Assentamentos da Reforma Agrária do Ceará e a Associação Comunitária de Mulheres Dendesol do bairro do Dendê em Fortaleza atendidas pelo FADOC também participam da atividade.
O evento será realizado no Hotel Iracema Travel, na Praia de Iracema, em Fortaleza.
Visitas de campo
Durante o seminário serão realizadas visitas de campo em quatro áreas para conhecer as experiências de organização e produção.
Uma dessas localidades é a Associação dos Moradores do Conjunto Palmeira, um bairro popular da periferia de Fortaleza, onde acumula uma experiência de organização comunitária e economia social e solidária, sendo pioneira na implementação de um Banco Comunitário no Brasil, o Banco Palmas.
No Conjunto Palmeira há algum tempo está sendo construído um sistema integrado de crédito, produto, comercialização e consumo solidário no bairro.
Outro local é a Associação de Mulheres Dendesol, no bairro do Dendê, na periferia de Fortaleza. Lá existe uma experiência de organização e fortalecimento de mulheres para a promoção do desenvolvimento local, sustentável e solidário, por meio da formação, geração de trabalho e renda e mobilização comunitária.
Já no Assentamento Zé Lourenço, no município de Chorozinho (70 km da capital), os visitantes poderão conhecer a experiência da Reforma Agrária e a organização coletiva de produção.
Além do Assentamento Coqueirinho, no município de Fortim (140 km de Fortaleza), onde existe a experiência de turismo comunitário agroecológico, vinculada à Rede Cearense de Turismo Comunitário (Rede Tucum), tendo a Associação de produção agroecológica e turismo comunitário como estratégia de geração de renda e defesa do território.
O Programa FADOC
O Programa FADOC consiste numa estratégia de fortalecimento dos atores sociais do Sul e do Norte comprometidos em redes para promoção da democracia e dos direitos econômicos e sociais, com foco nas temáticas: saúde e sistemas de solidariedade para acesso à saúde, mutualidade, seguro social; soberania alimentar e agricultura familiar; trabalho decente e vida digna.
Em execução desde o início dos anos 1980, tem o intuito de fortalecer a dinâmica do trabalho da SOLSOC (Solidariedade Socialista) e de parceiros, apoiando projetos de fortalecimento das capacidades de organizações sociais de base na geração de mudança social em 13 países, por meio do Fundo de Apoio e Desenvolvimento das Organizações Comunitárias (FADOC).
No Brasil, o Programa FADOC vem sendo desenvolvido desde 2008, com a parceria entre a SOLSOC, o Instituto Florestan Fernandes (IFF ), o MST no Ceará, a Equipe Técnica de Assessoria e Ação Social (ETAPAS) e a Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE), fortalecendo as ações de 11 OCB e uma Federação de 56 OCB’s nos estados do Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Bahia, apoiando ações em torno dos eixos temáticos “Segurança e soberania alimentar” e “Trabalho decente para uma vida digna”.
O Programa tem como principal objetivo fortalecer seus protagonistas em suas capacidades para conceber e realizar atividades de desenvolvimento geradoras de transformação social em torno da segurança e soberania alimentar, acesso a um trabalho decente e uma vida digna, da democratização das políticas de desenvolvimento e das instituições e da desigualdade social entre mulheres e homens, em relação à juventude e às discriminações em geral.