Fonte: Esquel

Todos os indícios de que o novo Código da Mineração foi articulado à portas fechadas entre o governo e as empresas começam a se confirmar. O governo convoca uma solenidade para lançar o novo marco regulatório da mineração, para cerca de 400 pessoas, para a qual foram convidados representantes ligados às empresas mineradoras, investidores no setor mineral e quadros técnicos em mineração e geologia. Essa solenidade prenuncia um código amigável à expansão da atividade mineral e às empresas. Nas palavras de assessores da presidência, publicadas no jornal Valor de 17 de junho, “o código de mineração é “business friendly” e seu anúncio não deve contar com medidas que surpreendam os agentes do setor”.

Mais uma vez aqueles que sofrem pela mineração em seus territórios foram tratados como se não existissem. A manutenção do segredo em torno da proposta se apresenta como uma tática para evitar o debate público, a crítica socioambiental aos impactos da mineração e viabilizar um ambiente seguro para os altos lucros das empresas do setor. Essa tendência aponta para uma atuação ainda mais devastadora sobre a vida de milhares de territórios e comunidades, assim como dos trabalhadores da mineração brasileira.

Nós, entidades que compõem o Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração, repudiamos a forma sigilosa como foi tratado todo o processo de elaboração do novo código da mineração. A solenidade de lançamento do código, por seu caráter excludente das vozes críticas ao expansionismo mineral, não nos representa e nos deixa ainda mais receosos quanto ao conteúdo da proposta.

Brasil, 18 de junho de 2013

– Associação Alternativa Terra Azul

– Fórum Brasileiro de ONG’s e Movimentos Sociais pelo Meio Ambiente e Desenvolvimento (FBOMS)

– Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social

– Cáritas Diocesana de Sobral – CE

– Metabase Inconfidentes

– Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela

– ENEBIO

– ABEEF

– Sindicato Unificado da Orla Portuária – SUPORT-ES

– Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA)

– PACS

– Movimento pelas Serras e Águas de Minas

– Juventude Franciscana do Brasil – JUFRA

– CIMI

– Sindicato de Trabalhadores Rurais de Porteirinha – MG

– Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Canaã dos Carajás

– Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Simonésia

– IEB

– INESC

– Sindicato Metabase Inconfidentes

– CONLUTAS

– CNBB

– FASE

– Rede Brasileira de Justiça Ambiental

– JUFRA – Juventude Franciscana do Brasil

– APIB – Articulação dos Povos Indígenas do Brasil

– Movimento Xô Mineradoras

– Sinfrajupe

– Serviço Interfranciscano de Justiça, Paz e Ecologia

– Associação do coletivo de mulheres do norte de Minas

– REJUMA – Rede de Juventude pelo Meio Ambiente

– Guardiões da Rainha das Águas

– Associação Brasileira de Reforma Agrária

– IBASE

– CPT

– MST

– Levante Popular da Juventude

– Instituto Socioambiental – ISA

– Justiça Global

– Pastoral da Juventude Rural

– Juventude Atingida pela Mineração

– Rede Justiça nos Trilhos

– Campanha contra o Mineroduto de Ferrous

– Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Simonésia

– CONAQ

– Articulação Antinuclear do Ceará

– Comunidade atingida pela Transnordestina