Fonte: FETEMS (www.fetems.org.br)
10.08.2012
Durante três dias (9, 10 e 11), militantes de todo o Mato Grosso do Sul, militantes da solidariedade, da ética, pessoas que são contra o atual modelo capitalista que só incentiva o consumo pelo consumo desenfreado, chamados de integrantes da Economia Solidária, estão reunidos no Centro de Formação João Paulo II, em Campo Grande, e realizando a etapa estadual da V Plenária Nacional de Economia Solidária. O tema que está sendo debatido na atividade é a “Economia Solidária: o bem viver, a cooperação e a autogestão para um desenvolvimento justo e sustentável”.
A FETEMS (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) está em apoio e contribuição ao debate sobre o modelo que visa gerar trabalho, através da solidariedade e da ética, questões muitas vezes esquecidas pelo sistema capitalista.
A FETEMS (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) apóia essa iniciativa e terá como representante nos debates a professora Sueli Veiga Melo, secretária dos Especialistas em Educação e Coordenadores Pedagógicos da Federação, que também representará a CUT/MS (Central Única dos Trabalhadores).
De acordo com Sueli as Plenárias têm como objetivo aprofundar o debate acerca da Economia Solidária como estratégia de desenvolvimento territorial, sustentável, diverso e solidário. “É um debate sobre a Economia Solidária como opção de organização popular e luta emancipada dos (as) trabalhadores (as) associados (as), pois o movimento defende uma proposta transversal e articulada com diversos temas, sujeitos e iniciativas para superação do modelo capitalista”, explica.
A secretária da FETEMS ressalta ainda que a perspectiva das Plenárias é confluir ideias e proposições num documento-base à V Plenária Nacional. “Este documento refletirá os anseios e as novas questões oriundas das Plenárias dentro dos seguintes eixos: Sustentabilidade; Autogestão e autonomia; Economia Popular; Emancipação Econômica e políticas dos Empreendimentos Econômicos e Solidários; Território e Territorialidade; Diversidade (gênero, raça, etnia, povos e comunidades tradicionais, orientação sexual, geração, juventude, rural, urbano, pessoas em situação de vulnerabilidade, egressos do sistema prisional e saúde mental) e Cidadania, organização da sociedade, relação entre o movimento de Economia Solidária e o Estado”, ressalta.
Segundo uma das integrantes da coordenação executiva estadual e nacional da Economia Solidária, Sebastiana Almire de Jesus, em todo o Brasil estão acontecendo as Plenárias municipais, intermunicipais e estaduais de Economia Solidária rumo a V Plenária Nacional de Economia Solidária, que acontecerá de 9 a 13 de dezembro, em Brasília. “Em MS conseguimos realizar as plenárias municipais em 13 cidades, que hoje estão com seus delegados participando da etapa estadual deste debate, aqui será o momento de organizarmos os nossos anseios, de debatermos a nossa realidade nos municípios, dentro da lógica da Economia Solidaria e construirmos o que vamos apresentar em Brasília, pois cada local, município e estado, possuem a sua realidade”, disse.
Sebastiana enfatizou ainda que estas Plenárias, em todos os níveis, municípios, estados e nacional, devem apontar alguns caminhos, como ações concretas a serem desenvolvidas e a linha política do movimento da Economia Solidária.
A Economia Solidaria
Segundo a explicação de Sebastiana Almire a Economia Solidária, é um movimento nacional, apartidário, que visa combater o sistema capitalista e todas as suas consequências, que possui o intuito sim da geração de renda para os trabalhadores e trabalhadoras, mas que não é só isso, pois a renda é consequência de todo um processo que as pessoas fazem dentro do movimento, um processo que visa sempre ressaltar a importância da solidariedade, da ética, entre outros valores muitas vezes esquecidos e cortados pelo capitalismo.
Em poucas palavras Sebastiana definiu que para fazer parte deste movimento basta apenas se indignar com o capitalismo e todas as suas mazelas, não precisa necessariamente ser artesão, costureiro ou qualquer coisa sim, basta querer uma sociedade mais justa, que respeite as diferenças e queira que todos e todas tenham os seus direitos sociais garantidos.
Economia Solidaria em Mato Grosso do Sul
A coordenadora do movimento explicou ainda que em Mato Grosso do Sul a Economia Solidária está presente em cerca de 35 municípios cada qual com as suas particularidades, alguns possuem ênfase no trabalho artesanal, outros no cultural ou no rural, depende da realidade de cada um.
Ela explicou que a Economia Solidária é organizada em núcleos de bairros, ou locais onde as pessoas estejam, pois a ideia principal é a aproximação e o trabalho em grupos, através destes núcleos as pessoas se organizam em um Fórum Municipal da Economia Solidaria, responsável pelos debates e organizações locais, depois existem o Fórum Estadual e Nacional, que auxiliam todo o processo organizatório do movimento.
Sebastiana disse ainda que em MS, os municípios de Campo Grande, Dourados, Corumbá, Ladário, Nioaque, Aquidauana, Jaraguari, Sidrolândia, cada um na sua área de atuação, são alguns dos que estão mais organizados no movimento.