Fonte: Com informações da UNILA
Trinta alunos de oito países iniciaram no mês de março uma experiência inédita na América Latina: a primeira turma de um curso de pós-graduação em Tecnologias Sociais na região. O projeto é desenvolvido pela Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), em Foz do Iguaçu, com apoio financeiro da FINEP.
O curso pretende qualificar profissionais que atuam no planejamento e desenvolvimento dessas tecnologias em ONGs, cooperativas, agências de desenvolvimento e órgãos públicos. A especialização dura quatro meses e os estudantes são do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Venezuela, Colômbia, México e Uruguai.
Hernán Thomas, coordenador do Instituto de Estudos sobre Ciência e Tecnologia da Universidade Nacional de Quilmes (Argentina) afirma que a América Latina vem se tornando um espaço de experimentação e desenvolvimento tecnológico e social. “Essas tecnologias servem não apenas para suprir nossos problemas específicos, mas podem ser exportadas para países da África e Ásia, e até para países desenvolvidos. A busca é por novas lógicas de desenvolvimento com menor impacto ambiental, m aior segurança e menor risco de problemas sociais é uma. Essas são preocupações mundiais”, explica.
Tecnologia Social
De forma simplificada, pode-se dizer que as tecnologias sociais buscam resolver questões sociais, mas fugindo das políticas paliativas e assistencialistas. A ideia é criar matrizes tecnológicas para resolver os problemas aprofundando as liberdades sociais e pessoais, fazendo uma inclusão real. “Não se trata de resolver os problemas dos excluídos, mas achar alternativas que sejam válidas para todos”, acrescenta Thomas.
A nova especialização terá oficinais sobre conhecimentos de economia social e políticas científico-tecnológicas. “Queremos aproveitar esse espaço de discussão para começar a criar projetos seguindo as linhas da tecnologia social e incorporando os atores sociais”, diz o professor Mariano Fressoli, que também está na coordenação do curso.
Rede latino-americana
A união dos conhecimentos trazidos por profissionais dos oito países poderá aju dar na formação de uma rede latino-americana de tecnologias sociais. Somente no Brasil, são mais de 800 instituições, cooperativas e ONGs interligadas. “O objetivo agora é juntar esforços para criar esta rede latino-americana, que irá integrar ainda mais os que promovem o desenvolvimento sustentável e a transformação social por meio da aplicação e difusão de tecnologias sociais”, explica Thomas.
(Com informações da UNILA)