Monografia de Antônio Ferreira Marques Neto
“Ética dialogada, ideologia emancipadora e economia solidária: alguns desafios e perspectivas à emancipação econômica e política da humanidade” é a monografia de Antônio Ferreira Marques Neto. A primeira parte do trabalho busca propor uma construção dialogada da ética apontando uma série de procedimentos capazes de assegurar que a vontade coletiva democraticamente organizada seja também um sinônimo para o bem comum.
Contudo o diagnóstico é de que parte considerável das condições necessárias para esta construção acontecer não estão dadas. Então enquanto esta construção dialogada da ética por todos não é possível ou é insatisfatória o sujeito da ação tem a possibilidade de se orientar por princípios de universalização fundados na subjetividade e também intersubjetividade em curso, obtendo sentidos e direções possíveis para o agir.
No segundo capítulo, intitulado “A questão da Ideologia” tenta-se inicialmente esclarecer o significado dado ao termo no contexto, que é o de ideologia não como instrumento de dominação mas sim como todo e qualquer conjunto de valores. Procura-se então, baseado nos princípios éticos explicitados no capítulo anterior, distinguir dois conjuntos de valores básicos, sendo que um serve à causa da emancipação política e econômica da humanidade e o outro serve à causa da dominação. Procura-se de igual modo explicitar a relação de afinidade estrutural entre a ideologia dominante e o senso comum. Entre as estruturas sociais que reforçam e são reforçadas pela ideologia dominante merecem destaque a divisão hierárquica e alienada do trabalho produzindo e sendo produzida por ações competitivas, pela heterogestão e pela exploração econômica.
Este quadro de dominação perfaz a quase totalidade do social desde as micro relações até às macro relações o que nos conduz à problematização do imperialismo, manifesto nas suas diversas formas interdependentes, entre elas, a transferência de indústrias poluentes para o chamado terceiro mundo e pela taxa diferencial de exploração do trabalho. Diante de tal diagnóstico, a reflexão é conduzida para uma solução que articula um nacionalismo de defesa com um internacionalismo positivo. E por último entramos no campo da economia solidária, propriamente dito, propondo como solução para os problemas encontrados a divisão democrática do trabalho socialmente necessário entre todos em condições de trabalhar pelo cooperativismo, pela economia solidária e pela autogestão. O texto é finalizado com uma breve explicação sobre os diversos tipos de cooperativismo em desenvolvimento no Brasil e no mundo e avaliando e apontando perspectivas possíveis para a economia solidária.
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