O FBES participou do Fórum Social Mundial 2006 de Caracas de maneira bastante intensa: levamos uma delegação de 40 pessoas, em que mais da metade eram de empreendimentos solidários, e lá participamos de 8 grandes seminários e da Feira de Comercialização Solidária. Destes 8 grandes seminários, 6 foram atividades construídas em conjunto com algumas das mais de 30 redes internacionais de promoção da Economia Solidária existentes no mundo, e os outros 2 foram atividades próprias do FBES. Seguem abaixo os nomes das 8 atividades:
Seminários realizados com as redes internacionais:
- A construção das Redes de Economia Solidária na América Latina e no mundo: história e perspectivas
- Valores e práticas da Economia Solidária
- Políticas Públicas e Economia Solidária
- Comércio Justo e Economia Solidária
- Economia Popular e Solidária como estratégia de integração regional e cooperação internacional
- Confluência entre o movimento de Economia Solidária e outros movimentos sociais e redes
Seminários específicos do FBES
- A construção de cadeias produtivas solidárias
- Economia Popular e Solidária como estratégia de desenvolvimento endógeno
A delegação brasileira também se dividiu estrategicamente, de modo a participar de muitas atividades, oficinas e seminários, tanto de Economia Solidária de outras entidades e países quanto de outros movimentos, num rico processo de diálogo, trocas de experiências e aprendizado mútuo inclusive com movimentos não diretamente ligados à Economia Solidária, buscando fazer pontes e integrar os vários campos de ação e debate social (gênero, meio ambiente, mundo do trabalho, desenvolvimento). Dentre os temas de interesse da delegação, destacou-se o aprendizado e debates em torno da atual conjuntura latinoamericana, particularmente da Venezuela por causa da natureza e perspectivas do atual governo deste país.
Entretanto, podemos dizer que o local onde ocorriam a maioria das atividades de Economia Solidária era muito periférico à região central do FSM2006: para se ter uma idéia, o tempo de deslocamento via transporte público (metrô e ônibus) entre a zona central (o Parque Central de Caracas) e o Aeroporto da Carlota (onde ocorriam grande parte das atividades de Economia Solidária no evento) era de aproximadamente uma hora e meia!
Ainda estamos em processo de sistematização de todos os relatórios, avaliações e material coletado, portanto ainda é cedo para conseguirmos fazer uma avaliação mais profunda do evento para o movimento. É possível adiantar, entretanto, que uma grande ênfase era dada à integração latinoamericana, o que foi interessante se pensamos na perspectiva de fortalecimento da Economia Solidária como estratégia de desenvolvimento regional.