Por Secretaria Executiva do FBES
O penúltimo dia do segundo módulo da Oficina Nacional de Formação Política teve como tema os elementos para nossa organização, a partir do exercício prático de se planejar uma atividade com os conteúdos vistos na oficina, além do tema comunicação popular e da mobilização, a partir da experiência da Recid.
As reflexões sobre os elementos para nossa formação, ou seja, o percurso pedagógico, teve a coordenação de Rosângela do CFES Centro-Oeste. Iniciando a discussão colocou “Não vamos aplicar nada em lugar nenhum, vamos desenvolver uma atividade formativa com formadores em economia solidária. E formação se faz numa visita, num café, no lanche, nas discussões. Isso porque socializar não é aplicar, economia solidária ocorre em vários lugares do mundo, de formas diferentes”. Não há receitas ou modos únicos de trabalhar com educação popular, mas o planejamento e a preparação são fundamentais para a intencionalidade e a organização.
Além disso, destacou a necessidade de separar os espaços de discussão formativos dos espaços deliberativos, ou seja, o momento formativo tem o objetivo de fazer o debate e a reflexão, é processo intencional que é necessário que esteja claro. Já o momento de reuniões organizativas dos fóruns, por exemplo, são feitas decisões políticas do movimento, aonde o clima e o ambiente podem ser diversos, dependendo de seus atores e conflitos. Mas formação e prática devem estar ligadas porque “a formação alimenta a nossa prática, e deve se alimentar da prática. Aprender com a prática e voltar para a prática, aprender fazendo, a partir do chão de trabalho”, comentou Rosângela.
Os aspectos metodológicos foram vistos como importantes para planejar os conteúdos educativos, organizando os temas, os tempos, o ambiente e a mística que cria identidade, cultiva valores e princípios norteadores.
Para exercitar o conteúdo visto, os educadores por região fizeram o planejamento de uma atividade formativa com os conteúdos vistos nos dias anteriores da Oficina.
Na parte da tarde foi trabalhada a experiência da Recid com a comunicação, facilitada pelos educadores Catarine/PI, Neno/AL, Lidia/RR e Francisca/TO, sendo trabalhada pelas questões de reflexão: estamos atentos as linguagens que usamos? para quem falamos? sabemos a mensagem que queremos transmitir? usamos as ferramentas adequadas? o público está entendendo?
Uma frase de Paulo Freire traduz o significado da comunicação popular: “Comunicar é co-participação dos sujeitos no ato de pensar, implica numa reciprocidade que não pode ser rompida, o que caracteriza a comunicação enquanto este comunicar comunicando-se é que ela é diálogo, assim como o diálogo é comunicativo”.
A Recid é uma rede de educadores que tem um “pé dentro” do governo e um “pé fora” nos movimentos sociais, surgiu no contexto do fome zero, após a primeira eleição de Lula, por nomes como Frei Beto trouzendo influencias de Betinho. Um dos princípios da Recid é o resgate da cidadania e o trabalho com base na educação e no saber popular, além também da economia solidária. “Povo que ousa sonhar, constrói o Brasil popular”, é um dos lemas da rede.
Hoje sua estrutura está articulada com a secretaria geral da república, além de ter capilaridade nos estados e territórios através dos coletivos estaduais, comissão nacional e secretaria executiva.
Assim como no tema da manhã, os educadores foram convidados a exercitar a questão da comunicação, interpretando com criatividade um texto sobre Trabalho de Base, de Ranulfo Peloso da Silva.
Como no primeiro módulo, os educadores seguiram os dias da Oficina organizando-se em núcleos de base para cuidar da manutenção da escola e do coletivo.