Por Joana Louback (Fórum Estadual de Economia Solidária de Minas Gerais)
No dia 03 de março de 2011, 300 mulheres camponesas dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, da Cáritas Diocesana de Almenara, da Comissão de Mulheres do Vale do Mucuri, da FETAEMG, Sindicatos de Trabalhadoras e Trabalhadores Rurais, Movimentos Indígenas e Quilombolas realizaram uma marcha do centro da cidade de Teófilo Otoni em direção ao Fórum da Comarca do município.
O objetivo da marcha foi denunciar os casos de violência contra as mulheres e a violência causada pela concentração de terras na região.
O ato trouxe à memória o massacre de Felizburgo acontecido em 20 de novembro de 2004, no acampamento Terra Prometida, quando cinco trabalhadores rurais sem terra foram assassinados a mando do fazendeiro Adriano Chafik, que responde ao processo em liberdade. A marcha fez parte do I Seminário de Mulheres Camponesas dos Vales Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce, que ocorreu entre os dias 01 e 03 de março em Teófilo Otoni e integra a Jornada Nacional de Lutas das Mulheres da Via Campesina. A Jornada já mobilizou nove estados, denunciando os impactos do agronegócio e, em Minas Gerais , aconteceram também mobilizações na região do Triângulo Mineiro.
As mulheres camponesas dos Vales exigem a prisão imediata de Adriano Chafik, seus cúmplices e demais envolvidos na chacina de Felizburgo, a indenização às famílias vítimas do massacre e a revogação das ordens de despejo nos acampamentos da região. Exigem ainda, o cumprimento dos acordos firmados pelos municípios na execução do Plano Nacional de Enfrentamento à Violência contra as mulheres, assinado pelo Governo de Minas Gerais em 2008.