Fonte: Ministério do Trabalho (www.mte.gov.br)

Durante anos, a dinâmica opressiva do Capitalismo obrigou o homem a comercializar seus produtos de forma a explorar o consumidor, degradar o meio ambiente e excluir os menos favorecidos. Buscando transformar essa realidade e criar uma nova lógica mercantilista mais preocupada com o ser humano, com a preservação e a sustentabilidade, surgiu a economia solidária.

Essa nova lógica de desenvolvimento sustentável remonta ao século XIX, momento de luta em que os trabalhadores começaram a se organizar de modo cooperativista para resistir ao avanço do capitalismo industrial. No Brasil, a economia solidária surge no final do século XX como resposta à exploração e exclusão no mundo do trabalho.  A partir desta data teve inicio a expansão de instituições e entidades que apoiavam iniciativas comunitárias e articulações populares.

Com as mudanças econômicas e sociais ocorridas em todo o mundo nas últimas décadas, o sistema capitalista de trabalho enfraqueceu suas amarras. Uma grande massa de desempregados foi obrigada a optar pela informalidade e a se submeter a formas indignas de trabalho para sobreviver. Dessa forma, a lógica capitalista desigual abriu espaço a um modo de comercialização mais humano e autogestionário, que gera trabalho e distribui igualitariamente a renda, sem distinção de idade, gênero ou raça. Hoje, é possível entender a economia solidária como uma forma diferenciada de vender, comprar, produzir e trocar tudo que for essencial para viver, sem explorar, destruir ou levar vantagem. Tudo é de todos e o objetivo maior é o bem comum. Partindo dessa dinâmica, a inclusão social torna-se natural e as relações de trabalho acontecem de maneira igualitária, sem patrões ou empregados.

As atividades econômicas e sociais devem estar organizadas sob a forma de cooperativas, associações, clubes de troca, empresas autogestionárias, redes de cooperação, entre outras, que realizam atividades de produção de bens, prestação de serviços, finanças solidárias, trocas, comércio justo e consumo solidário. Essas iniciativas possuem características comuns que identificam o caráter solidário, são elas: a cooperação, a autogestão, a dimensão econômica e a solidariedade.

Essa nova forma de articulação comercial ganhou espaço e está organizada em diversos fóruns locais e regionais, que resultaram na criação do Fórum Brasileiro de Economia Solidária. Cerca de 27 fóruns estaduais com seus participantes articulados em forma de empreendimentos, entidades de apoio e rede de gestores públicos de economia solidária, estão espalhados por todo o Brasil.

A cada dia a economia solidária se fortalece e se articula para criar novos empreendimentos econômicos solidários. Este esforço está sendo recompensado com o aumento do número de programas de economia solidária, sobretudo dos bancos do povo, empreendedorismo popular solidário, capacitação e centros populares de comercialização. O apoio dos governos municipais e estaduais tem ajudado a alavancar essas iniciativas com o fortalecimento de políticas públicas.

O Governo Federal também tem contribuído. Em 2003, surgiu a Secretaria Nacional de Economia Solidária que está implementando o Programa Economia Solidária em Desenvolvimento. O intuito é promover o fortalecimento e a divulgação da economia solidária mediante políticas integradas visando o desenvolvimento por meio da geração de trabalho e renda com inclusão social.