Fonte: Adital (www.adital.com.br)
No dia 5 de junho, a forte repressão do governo peruano contra os indígenas amazônicos que protestavam em Bagua, no Peru, resultou em mais de 30 mortos, entre indígenas e policiais. O massacre gerou grande repercussão entre entidades e organizações de diversos países, as quais preparam mobilizações em solidariedade à população amazônica do Peru.
Na Colômbia, organismos defensores dos direitos humanos, organizações e instituições sociais reuniram-se no dia 8 de junho, em frente à Embaixada do Peru, em Bogotá. O encontro teve o objetivo de rechaçar os massacres promovidos pelo governo peruano e de respaldar a luta indígena em defesa da vida, dos direitos humanos, da terra e da biodiversidade amazônica.
No dia 11, a Frente Nacional pela Vida e pela Soberania realizou uma marcha, em Lima, contra o massacre aos indígenas e pela derrogação dos Decretos Legislativos que ameaçam o meio ambiente e os povos amazônicos do País. A concentração da marcha foi na Praça Dois de Maio, de onde seguiu até o Palácio do Governo.
No México, a delegação de indígenas que participaram da IV Cúpula Continental de Povos e Nacionalidades Indígenas de Abya Yala também presta apoio os peruanos através de uma carta, que será enviada ao presidente do Perú, Alan García.
No comunicado, organizações, grupos sociais e povos indígenas do México mostram-se indignados com os últimos acontecimentos no Peru e exigem do governo a paralisação das agressões contra os indígenas peruanos e o “cancelamento dos acordos internacionais – como o TLC [Tratado de Livre Comércio] – que violentam a vida dos povos indígenas peruanos”.
A organização Survival International pediu, hoje, às empresas petroleiras que suspendessem as operações na Amazônia peruana enquanto o país “vive um dos piores episódios de violência política”.
Em nota divulgada no site da organização (http://www.survival.es), o diretor da Survival, Stephen Corry, afirmou que os protestos mostram que os indígenas não estão mais dispostos a tolerar as ilegalidades e violências que se empregam contra as comunidades.
“As empresas petroleiras que trabalham no Peru deveriam suspender suas operações até que a calma restabeleça-se e os direitos territoriais dos indígenas sobre suas terras ancestrais sejam adequadamente respeitados: só então poderão negociar em termos de igualdade”, comenta o diretor.
O presidente Alan García, por sua vez, disse à agência de notícias peruana Andina que lamenta as mortes dos policiais e que espera a captura dos responsáveis. “Esperamos que a calma volte, mas há que buscar as responsabilidades necessárias. Esperamos que as instituições que têm a seu cargo a perseguição do delito o façam com energia e rapidez, acusando os responsáveis que deixaram todos seus rastros aqui”, afirmou à agência.