Fonte: www.adital.com.br
A crise econômica mundial pode colocar em risco os avanços relacionados à igualdade de gênero no trabalho e no lar, afirmou dia 05/03 a Organização Internacional do Trabalho (OIT). A entidade estima, em seu relatório anual “Tendências Mundiais do Emprego das Mulheres”, que o número de desempregadas pode aumentar em até 22 milhões em 2009.
Segundo o relatório, das três bilhões de pessoas empregadas no mundo em 2008, 1,2 bilhão eram mulheres. A expectativa da OIT é de que, em 2009, a taxa de desemprego mundial das mulheres possa aumentar até 7,4%, enquanto que a dos homens pode chegar a 7%. A entidade acredita que o impacto da crise em termos de taxas de desemprego seja mais prejudicial para as mulheres que para os homens, principalmente na América Latina e no Caribe.
Outra estimativa negativa para as mulheres diz respeito ao emprego vulnerável em 2009 que pode oscilar entre 50,5% e 54,7%, enquanto que para os homens ficará entre 47,2% e 51,8%. O diretor-geral da OIT, Juan Somavia, afirmou que a igualdade de gênero deveria ser um princípio fundamental em qualquer resposta política, pois os impactos da crise afetam os diversos papéis que as mulheres desempenham na sociedade.
“A desigualdade de gênero no mundo do trabalho está entre nós há muito tempo, mas é provável que se acentue como consequência da crise. Em tempos de turbulência econômica, as mulheres com freqüência experimentam as consequências negativas com maior rapidez e se beneficiam da recuperação mais lentamente”, ressaltou o diretor-geral em uma declaração sobre o Dia Internacional da Mulher, que será celebrado amanhã (6) pela organização com o tema: “Trabalho e família: compartilhar é a melhor forma de cuidar!”.
Durante todo esse ano, a OIT realiza uma campanha mundial que tem como objetivo destacar a importância da igualdade de gênero em seu Programa Trabalho Decente e nas atividades de governos e organizações empregadores e trabalhadores. A campanha abrange 12 temas do Programa, que serão analisados com uma visão de gênero para ilustrar como os diversos aspectos do mundo do trabalho podem afetar de maneira diferente mulheres e homens, em particular no que se refere ao acesso a direitos, emprego, proteção social e diálogo social.